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Chacina

Carioca, suburbano, entre Estados desumanos

Publicado

Autor/Imagem:
Hannah Carpeso - Foto Francisco Filipino

Pego de surpresa, senti o frio percorrer todo o meu corpo.

Diante de mim um homem –um fuzil – eu – o alvo.

Desarmado, inocente e aterrorizado. Esperei.

Percebi o movimento das mãos em apertar sobre o ombro a arma bélica.

Imóvel. Não sabia, não podia, não e não.

Imaginei o dedo coçando no gatilho e perguntava por quê?

De repente um grito.

Perdeu!

Uma farda bendita apareceu.

O fuzil mudou de mira, e o gatilho estremeceu.

Até agora, não sei como as balas passaram por mim.

Intacto, vi o corpo em câmera lenta cair, e o fuzil ainda quente aos meus pés.

Não sei quem é o bandido ou o mocinho – só sei que eu não tinha nada com isso.

Mas sei que estar na mira de um fuzil é ato de guerra.

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