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Quero ver meu meu bloco na rua

Carnaval no próprio quadrado confina o folião

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Tomaz Silva

O Distrito Federal, também conhecido como Quadradinho incrustrado em Goiás, com um tiquinho de ligação com Minas Gerais, é recheado de quadras. Se você chega de avião e planeja ficar alguns dias para conhecer o tal Plano Piloto, vai ver as famosas asas do avião projetadas por Lúcio Costa. O Plano Piloto é mais um local recheado de quadras.

Outra coisa que chama a atenção para os visitantes é o transporte público. Pois é, eu, que sempre reclamei de ônibus, metrô e trem do Rio de Janeiro, quando conheci Brasília fiquei maravilhado. Mas não com o transporte público da capital, mas com o da Cidade Maravilhosa. É que, pasmem, o Distrito Federal deve ter a pior malha de transporte público do país.

Mas por que isso acontece justamente na moderna capital do país? Creio que tem uma explicação, como, por exemplo, li recentemente em um texto publicado aqui mesmo no Notibras. Aqui vai o último parágrafo de tal matéria, que defendia a ação de expulsão do bloco carnavalesco Galinho: “Que fique a cargo de cada quadra residencial o Carnaval que quiser fazer, mas sem divulgação na mídia e sem atração de pessoas estranhas. Só assim se poderá dizer que se trata de um Carnaval Família, um Carnaval Comunitário, de gente que se conhece e se respeita.”

Sim, isso mesmo, “…sem atração de pessoas estranhas…”. Para não ser injusto, recorri ao dicionário para tentar entender o que seriam essas tais pessoas estranhas. Há sinônimos para todos os gostos, desde esquisito, fora dos padrões normais, bizarro, diferente, anormal, esdrúxulo, até suspeito, forasteiro. Qual seria, então, a real intenção de quem escreveu o artigo “Galinho tem história, mas cada enredo tem sua lição”?

Isso soa muito estranho para mim, que aprendi a conviver nas areias de Copacabana com pessoas vindas de todos os lugares. O errado deve ser este que escreve tal texto. Provavelmente não entendi como é que as coisas funcionam no Distrito Federal, onde o transporte público é, até onde sei, o mais precário entre todas as capitais. Talvez o errado seja eu, que não entendi que aquele famoso ditado, tão conhecido de todos nós, seja levado ao pé da letra no DF: “Cada um no seu quadrado!”

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