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Edícula

Casa dos fundos pode virar uma casa no campo contemporânea

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Vivian Codogno

O bom e velho puxadinho, aquela pequena casa nos fundos de um terreno que já tem uma residência à frente, não precisa, necessariamente, ser resolvido com base em soluções de improviso. E as arquitetas Gabrieli Azevedo e Fernanda Lins, da Matú Arquitetura, levaram isso em consideração ao transformar uma simples edícula em Atibaia, interior de São Paulo, em uma verdadeira casa no campo.

O uso da madeira, no caso, respondeu aos anseios dos proprietários do imóvel, um jovem casal em fuga da rotina intensa de São Paulo. Partiu deles, por exemplo, a opção por manter as vigas de sustentação aparentes no teto para atingir o tom exato desejado. Porém, era preciso agregar a ele uma informação contemporânea. “Sem dúvidas, a madeira é o elemento pivô deste projeto.

Desde o início, queríamos projetar uma cobertura única com tesouras aparentes, e mesmo com muitas conversas sobre opções de cores, foi unânime a decisão de deixar a textura do material aparente”, explica Gabrieli sobre as vigas expostas. As ligações elétricas, que se dão por conduítes galvanizados, também foram uma escolha fundamental. Não queríamos que a rusticidade dominasse o ambiente”, pondera a arquiteta.

Definida a informação central, a afetividade dos moradores tomou conta da decisão de outros aspectos do projeto. A escolha da cor foi uma delas. “O branco prevalece a fim de acentuar a textura da madeira. Mesmo na parede de tijolinho, foi escolhido por destacar os tons terrosos”, detalha Gabrieli. “Apenas no quarto do casal é que optamos por deixar o tijolinho aparente, com seu aspecto natural. As cores mais vibrantes se encontram nos equipamentos de apoio, como a escada metálica amarela”, comenta.

Na cozinha, a marcenaria contínua de MDF com fórmica azul-petróleo é outro dos principais atrativos da casa e também revela algo da simplicidade tão cara aos moradores. “Foi uma escolha extremamente simples: perguntamos para os clientes de qual cor gostavam e os dois responderam, juntos, ao mesmo tempo: azul-escuro”, diverte-se a arquiteta. Sobre a mesa, um poste de luz daqueles de rua faz as vezes de luminária. “A intenção foi trazer elementos industriais que se contrastassem diretamente com a rusticidade geral do projeto.”

Em razão do maior compromisso da reforma, que deveria se manter fiel à irreverência e leveza dos moradores, até mesmo pequenas bagunças foram permitidas na decoração. As cadeiras, mesas e bancos que compõem o mobiliário da cozinha, por exemplo, foram herdados de diversos familiares e remetem a diferentes épocas da trajetória do casal. Sempre, claro, revelando aspectos do mobiliário caipira que os moradores tanto valorizam.

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