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Casamento coletivo de gays marca a parada GLBTS na Esplanada

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As comemorações da 18ª Parada do Orgulho GLBTS (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e simpatizantes) de Brasília contou com algumas peculiaridades que engrandeceram e deram um tom mais político ao evento. Pela primeira vez no mundo, de acordo com os organizadores, o evento foi aberto por um casamento coletivo, selando no civil o compromisso de nove casais femininos e de um casal masculino.

Além disso, a cerimônia foi feita em um lugar bastante simbólico: em frente ao Congresso Nacional – local onde, segundo a deputada federal Erica Kokay (PT-DF), “há em gestação uma série de ameaças ao direito, ao amor e à igualdade”.

“O beijo não pode ser amaldiçoado como tentam fazer alguns grupos daqui”, disse a deputada apontando para o Congresso Nacional, enquanto diversos casais recém-casados se beijavam no gramado e no carro de som. Um desses casais era formado pela farmacêutica Hayanna Veríssimo, de 30 anos, e por Ana Cecília Nagashima, estudante de 29 anos. Juntas há 7 anos, as duas comemoravam o direito de serem legalmente parceiras, e de mostrar à sociedade que a base da família é o amor, independentemente do sexo.

“Nosso casamento, feito aqui e dessa forma, reflete uma importante conquista para as novas famílias brasileiras”, disse Hayanna, que é mãe de um garoto de 13 anos. “Vamos agora registrá-lo como nosso filho.”

Dos dez casais, apenas um era de homens. No caso, formado pelo operador de hipermercado Wesley Pereira de Souza e pelo estudante Raphael Kelven Dias, ambos com 23 anos. Juntos há dois anos e cinco meses, os dois confessam sonhar com uma cerimônia dessa antes mesmo de se conhecerem.

“Estamos muito confiantes de que seremos felizes juntos. Já passamos por altos e baixos e sabemos que não tem como nossa relação não dar certo. Até porque vemos que há cada vez mais aceitação da sociedade para relacionamentos como o nosso,” disse Wesley.

Um dos convidados mais empolgados foi o embaixador da Bélgica no Brasil, Josef Smeis, padrinho e patrocinador do evento. “A Bélgica foi o segundo país a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Inclusive venho aqui acompanhado de meu marido. Vejo o Brasil avançando cada vez mais no sentido de compartilhar valores comuns aos nossos, de tolerância e de abertura da mente para as diversidades”, disse.

Segundo a Polícia Militar, havia cerca de 3 mil pessoas no momento em que a cerimônia de casamento teve início. Por volta das 17h, quando começou o deslocamento da Parada Gay até a Torre de TV, já havia mais de 10 mil pessoas.

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