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Quase caos

Casos de dengue disparam e pressionam sistema de saúde no Nordeste

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Autor/Imagem:
Júlia Severo - Texto e Foto

O Nordeste enfrenta um avanço preocupante da dengue em 2025. Hospitais de capitais e cidades do interior registram aumento expressivo de casos desde o início do ano, sobrecarregando o sistema público de saúde e elevando a procura por atendimento de emergência.

De acordo com o Ministério da Saúde, a região concentra quase um terço das notificações do país neste primeiro semestre. Estados como Bahia, Ceará e Pernambuco lideram em número de casos, com alta de mais de 100% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na rede pública, pacientes aguardam horas por atendimento. Em Fortaleza (CE), postos de saúde ampliaram o horário de funcionamento para dar conta da demanda.

“Cheguei às 7h da manhã e só fui atendida depois do meio-dia. Estava com febre alta e dores no corpo, mas a fila estava enorme”, contou Ana Beatriz Santos, moradora da capital cearense.

Médicos alertam para o risco de agravamento dos quadros em razão da demora no diagnóstico. A forma grave da doença pode levar à morte se não houver tratamento rápido.

Prefeituras têm intensificado as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Mutirões de limpeza, borrifação de inseticidas e visitas domiciliares foram ampliados.

Em Salvador, agentes de saúde percorrem bairros orientando a população a eliminar focos de água parada. “Mais de 80% dos criadouros estão dentro das casas. É fundamental que cada morador faça sua parte”, disse a coordenadora municipal de vigilância, Marta Oliveira.

Para o infectologista Pedro Nogueira, da Universidade Federal de Pernambuco, o enfrentamento precisa ir além das ações emergenciais:

“Enquanto o combate ao mosquito for feito apenas em períodos de epidemia, continuaremos a viver ciclos de surtos. É necessário planejamento contínuo, saneamento básico e educação em saúde.”

O governo federal anunciou a distribuição gradual da vacina contra a dengue, priorizando estados mais atingidos. No entanto, a cobertura ainda é limitada e não atinge toda a população.

Enquanto isso, autoridades reforçam que a principal medida de prevenção continua sendo a eliminação de criadouros do mosquito.

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