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Baixa patente e alto clero

Celina chega ao Buriti como herdeira que Roriz não teve

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Autor/Imagem:
José Seabra - Diretor Editor/Foto de Arquivo

Celina Leão, discípula e rorizista-raiz, chega ao Palácio do Buriti com a sede de governar do ex-governador Joaquim Roriz, uma espécie de Odorico Bem Amado Paraguaçu da capital da República. Entretanto, a ‘Leoa’, como é conhecida nos meios políticos, tem garra, mas deixa a desejar com a alcateia de poucos filhotes fiéís. E mais: como toda suposta autoridade, tem seus arroubos autoritários, do tipo ‘sabe com quem está falando?’. Nessas oportunidades, ela reúne um grupo de hienas. Sorri, amedronta, mas na hora morder e escarniçar, recua estrategicamente por temer outras consequências.

Amigos colegas jornalistas de Brasília definem a agora governadora – por meros três meses que sejam – como uma polivalente. Pode mesmo ser comparada a Odorico. Porém, ao cointrário do prefeito de Sucupira que buscava um corpo para inaugurar o cemitério da cidade, Celina procura salvar vidas, principalmente com emendas parlamentares para a área da saúde pública.

A difícil missão de Celina, hoje sentada no trono do afastado governador, será manter a integridade de uma boa republicana e a fidelidade às leis. Como o futuro é incerto, não pode, também, ferir suscetibilidades com Ibaneis Rocha.

Celina Leão já demonstrou em outras oportunidades reunir as virtudes de uma eficiente articuladora política, apesar de muitos acharem que seu estilo, até mesmo arrojado, fez, por vezes, com que as soluções demorassem um pouco mais a chegar. Enfim, resoluta, ela chegou ao posto mais alto da hierarquia do Distrito Federal. E isso só consegue quem tem méritos.

Caberá a Celina confiar nos instintos da Leoa-Mãe, para manter seus filhotes ao seu lado e evitar que, em um rompante de coragem, possa provocar uma debandada e uma inconsequente guerra fraticida onde reinam leões com jubas mais sedosas.

Outro ponto a seu favor, é que, apesar de ter cerrado fileiras na campanha da reeleição de Bolsonaro, a governadora em exercício sabe e reconhece que o segundo turno acabou e que a hora é de fazer o Brasil e o Distrito Federal seguirem em sintonia fina, para que o povo receba o que merece.

Celina sabe articular, claro. Desde a baixa patente da Polícia Militar ao mais alto clero do Congresso Nacional. Mesmo assim, está consciente que velhos esparadrapos podem se despregar e reabrir feridas draconianas.

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