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Abraçando a Rússia

China condiciona fim da guerra ao fim das sanções contra Moscou

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Antônio Albuquerque, Edição - Foto Reprodução

Em seu tão esperado documento de posição sobre o conflito envolvendo russos e ucranianos, o Ministério das Relações Exteriores da China delineou várias iniciativas a serem realizadas para promover a paz. Primeiro, segundo Pequim, é preciso que as sanções contra Moscou sejam levantadas. A partir daí, haveria um cessar-fogo em busca de um acordo definitivo. Deve haver uma conversa construtiva, inclusive para evitar o uso de armas nucleares.

Pequim condenou o que considera abuso de sanções unilaterais no contexto do conflito na Ucrânia, pois isso só cria novos problemas. “Sanções unilaterais e pressão excessiva não apenas agravam problemas, mas também criam novos. Nós nos opomos a quaisquer sanções unilaterais não autorizadas pelo Conselho de Segurança [das Nações Unidas]”, diz o documento.

A diplomacia chinesa argumentou ainda contra a politização da economia mundial e contra o uso dela como arma. “É importante garantir a estabilidade das cadeias de abastecimento, e todas as partes devem proteger o sistema econômico mundial existente, resistir à sua politização, sua instrumentalização e seu uso como arma”, diz o documento.

Desde o início da operação militar da Rússia, os EUA e seus aliados lançaram uma campanha total de sanções com restrições econômicas que só devem ser reforçadas. Um novo pacote de sanções dos EUA deve ser divulgado na sexta-feira para coincidir com o aniversário de um ano do conflito.

Os relatórios detalharam que o pacote mais recente dos EUA pode listar entidades chinesas na Europa. Victoria Nuland, subsecretária de Estado para assuntos políticos, afirmou que as entidades chinesas seriam mais um alvo de sanções em meio a alegações de que as empresas estavam tentando contornar as atuais restrições econômicas.

Na verdade, os EUA emitiram sanções contra o desenvolvedor chinês de Spacety em janeiro, depois de acusar a empresa de fornecer tecnologia de geolocalização a uma empresa russa ligada ao Grupo Wagner. O grupo militar privado russo desempenhou um papel vital na operação especial, tendo ajudado na libertação de várias partes do Donbass.

O Ministério das Relações Exteriores da China também afirma que as partes precisam se abster da mentalidade da Guerra Fria na solução do conflito na Ucrânia e respeitar os legítimos interesses de segurança de todos os países.
O ministério disse no documento que “a soberania, a independência e a integridade territorial de todos os países devem ser efetivamente garantidas”.

“[É importante] abandonar a mentalidade da Guerra Fria. A segurança de um país não pode ser alcançada à custa da segurança de outros países, e a segurança regional não pode ser alcançada à custa do fortalecimento ou mesmo da expansão de blocos militares”, enfatiza a posição chinesa.

“Os legítimos interesses e preocupações de segurança de todos os países devem ser levados a sério e devidamente respeitados.” Falando sobre a necessidade de diálogo e negociações, as autoridades enfatizaram que era “a única saída viável para a crise ucraniana”.

O ministério afirmou que “todos os esforços que contribuem para uma resolução pacífica da crise devem ser encorajados e apoiados”, acrescentando que as autoridades precisam criar as condições adequadas e fornecer uma plataforma para a retomada das negociações entre Moscou e Kiev.

“Não há vencedores em guerras e conflitos. Todos os lados devem permanecer racionais e contidos, não colocar lenha na fogueira, não exacerbar as contradições, não permitir que a crise na Ucrânia se agrave ainda mais ou até mesmo saia do controle, apoiar o movimento da Rússia e Ucrânia entre si e retomar o diálogo direto o mais rápido possível”, disse a chancelaria da China.

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