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Chioro fixa 2035 como o limite para Brasil vencer tuberculose

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O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta segunda 23 que, apesar de o Brasil ter reduzido em 20,7% a taxa de mortalidade nos casos de tuberculose de 2003 a 2013, o país ainda enfrenta o desafio de diminuir a incidência da doença em populações vulneráveis. Segundo ele, a meta é erradicar a doença até 2035.

De acordo com o ministro, no Brasil, a tuberculose está diretamente associada a situações de vulnerabilidade social, afetando pessoas que moram em lugares com más condições de saneamento básico, principalmente presidiários, indígenas e moradores de rua (devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições específicas de vida), além das pessoas que contraíram HIV (sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana, causador da aids).

De acordo com Chioro, existe determinação social para maior incidência da tuberculose. Os índios, por exemplo, têm três vezes mais riscos de contrair a doença do que a população em geral. Na população carcerária, o índice aumenta para 27 vezes; na população com HIV, a incidência sobe para 38 vezes e, entre os que vivem nas ruas, sobe para 44 vezes. “O sucesso da resposta do país a esses desafios só terá êxito se tivermos capacidade de constituir uma ampla aliança em torno de uma ação concreta, não só na saúde, mas também em outras áreas da sociedade”, ressaltou Chioro, durante sessão solene na Câmara dos Deputados, pelo Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose.

O ministro apresentou os resultados dos últimos dez anos, que mostram redução de 22,8% na incidência de casos novos de tuberculose. Em 2014, a incidência da doença no Brasil foi 33,5 casos por 100 mil habitantes, contra 43,4/100 mil em 2004. A taxa de mortalidade em 2013 foi 2,3 óbitos por 100 mil habitantes, abaixo dos 2,9 óbitos por 100 mil ocorridos em 2003.

Segundo Chioro, o desafio agora será reduzir em 95% os óbitos e em 90% o coeficiente de incidência da doença até 2035. Ele destacou que uma das medidas é dar prioridade às populações mais vulneráveis, por meio de ações intersetoriais como inclusão em programas como o Bolsa Família e outras iniciativas de assistência social, além da implantação de uma rede de testes rápidos para a doença, com o diagnóstico saindo duas horas depois do exame.

“Tosse com catarro, por mais de três semanas consecutivas, é um sinal de alerta para a doença, e a adesão ao tratamento é importante. Quanto mais rápido o diagnóstico for feito, melhor o resultado do tratamento, que dura seis meses. Ao mesmo tempo, como a tuberculose também tem relação direta com a vulnerabilidade social, é importante avançar em uma série de medidas protetivas como o Bolsa Família e outras ações de ajuda a essas populações”, destacou Chioro.

O ministro informou que 94 municípios que cobrem aproximadamente 60% dos casos novos e 70% dos casos de retratamento em todo o país receberam os equipamentos de teste rápido.

Chioro lembrou que o Brasil conseguiu antecipar uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ao reduzir o número de pessoas com tuberculose em 38,4% e a taxa de mortalidade para 35,8% em dez anos. O reconhecimento é da Organização Mundial da Saúde, que estimava o alcance da meta somente em 2015.

De acordo com o ministro, a intenção do governo é reduzir em 75% o número de óbitos, em 2025 (comparado a 2015), e diminuir 50% a incidência de casos, na mesma base comparativa, e erradicar a doença até 2035.

Ao falar dos esforços internacionais para erradicar a tuberculose, o ministro reafirmou o compromisso do Brasil, juntamente com os países-membros do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), de oferecer, gratuitamente, remédios para o tratamento da tuberculose em países de baixa renda. “Queremos avançar, não só na cobertura e tratamento, mas também no acesso aos medicamentos. Agora, em abril, teremos uma reunião para tratar disso”, acrescentou Chioro.

Luciano Nascimento, ABr

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