Circulação em todo território nacional é livre, entendeu, prefeitinho?

Fiquei estarrecida ao saber que o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), instalou um posto na rodoviária da capital para monitorar, filtrar e até impedir a entrada de pessoas vindas de outras cidades. É inacreditável que uma autoridade pública, em pleno século XXI, ache razoável agir como se a cidade tivesse dono, como se pudesse decidir quem entra e quem sai de um território público, de uma capital que pertence a todos os brasileiros.

Essa medida, além de autoritária, é claramente ilegal. A Constituição Federal garante o direito fundamental de ir e vir, e qualquer tentativa de restringir a circulação de pessoas sem respaldo judicial é uma violação direta desse princípio. O poder público existe para proteger direitos, não para cerceá-los. Não cabe ao prefeito selecionar quem é “digno” ou “indesejado” em “sua” cidade.

Florianópolis, que sempre foi símbolo de acolhimento e beleza, não merece ter sua imagem manchada por esse tipo de política discriminatória e segregadora. É um retrocesso perigoso, que revela um modo de pensar excludente e elitista. O Brasil precisa de gestores que entendam que mobilidade, dignidade e liberdade são pilares de uma democracia, não privilégios a serem concedidos conforme o humor ou o interesse político de quem governa.