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Salão de Milão

Do clássico ao contemporâneo, a hora é dos móveis

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Autor/Imagem:


Marcelo Lima

Por qualquer ângulo que se olhe, trata-se da maior e mais concorrida semana de design do planeta. Uma liderança não apenas numérica, mas também qualitativa, bem sintetizada na frase que abre o programa da 56ª edição do Salão do Móvel de Milão, evento que lhe serve de âncora e que acontece este ano de 4 a 9 de abril.

“O Salão do Móvel é a grande porta de entrada do design mundial. Por lá circulam todos os formadores de opinião, todos os compradores”, resume o designer e empresário Pedro Paulo Franco da A Lot of Brasil, que já acumula 12 participações no evento.

“Tudo começou com o convite da curadora Marva Griffin para que eu participasse do Salão Satélite, que apresenta a produção de jovens designers de todo mundo. Lá me envolvi com o meio e seus personagens até que surgiu o espaço para expor no recinto da feira”, conta Franco, que hoje integra um seleto elenco de 2.400 expositores de 165 países.

Produtores de mobiliário e acessórios para decoração em seis segmentos – do clássico ao contemporâneo – mas também de cozinhas planejadas e, em anos alternados, de artigos para iluminação. Este é ano de Euroluce, a feira bianual voltada para o segmento, são aguardadas, entre outras, duas criações inéditas da arquiteta iraquiana Zaha Hadid: o lustre Eve e a arandela Dune, produzidas pela manufatura de vidros checa, Lasvit.

Ainda que consolidado do ponto de vista comercial, o interesse pelo Salão do Móvel vai bem além de seu papel como plataforma de negócios. “Existe todo um lado cultural que o visitante percebe e valoriza”, comenta Franco, em sintonia com o CEO do salão, Marco Sabetta: “Organizar eventos com o objetivo de difundir a cultura do móvel “made in Italy” é para nós uma prioridade”.

Para esta edição são duas as instalações especiais programadas: A Joyful Sense at Work, que vai enfocar as rápidas mudanças nos espaços de trabalho e Delightful, algo como delícias da luz, definida por seus curadores como uma viagem de exploração sensorial pelos ambientes que vivemos, a partir de quatro conceitos chave: design, iluminação, futuro e vida.

A cargo do estúdio de design milanês Ciarmoli Queda, o espaço pretende reunir um conjunto inédito de artefatos luminosos capazes de oferecer aos visitantes uma nova perspectiva da luz nos ambientes domésticos. Além disso, o cineasta Matteo Garrone projeta no local um curta-metragem que ele criou especialmente para o evento, apresentando o mundo do design a partir de uma perspectiva muito diferente da convencional. Tangível, porém ilusória.

Como acontece todos os anos, para além do limites da mostra oficial, uma verdadeira quermesse do design se desenrola por Milão, sobretudo em três áreas específicas: o bairro de Brera, que vai receber a mostra Sollos do brasileiro Jader Almeida; a Zona Tortona, antiga zona industrial onde acontece a mostra Rio+Design e a Lambrate, tradicional reduto de jovens designers.

Além deles, na Fabbrica del Vapore, uma exposição em comemoração aos 20 anos do Salão Satélite vai apresentar uma antologia de produtos de edições passadas e hoje no mercado, como a mesa Aum, produzida no Brasil. Por fim, dois ícones fazem aniversário e ganham reedições: os containers de Anna Castelli para a Kartell, que fazem 50 anos, e a cadeira Superleggera, de Gio Ponti, que comemora 60 anos na Cassina. Os tempos são mesmo de festa em Milão.

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