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Clínicas populares oferecem descontos de até 50% em consultas e exames

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Paloma Savedra

O agravamento da crise econômica e o consequente aumento do desemprego no país têm levado muitos brasileiros a perder seus planos de saúde. Pela primeira vez, em 15 anos, esse mercado fechou o ano com mais saídas do que ingressos, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS). Em um cenário de precariedade na rede pública, laboratórios particulares e clínicas populares tornam-se um antídoto ao sofrimento dos pacientes, oferecendo descontos de até 50% e atendimento de qualidade a preços acessíveis.

Especializado em exames cardiológicos, o Laboratório Ecodoppler, na Tijuca, por exemplo, tem exames de até R$ 300 na sua tabela. Mas, desde o início deste mês, a clínica passou a reduzir o valor de serviços para pacientes sem plano. O desconto máximo chega a 52% para o exame ecodoppler de vertebrais, que detecta a presença de placas de gordura nas artérias que levam sangue ao cérebro. A medida foi implantada como uma alternativa à crise, explica o médico e diretor da clínica, Rogério Tasca.

“Na recessão, a população cria alternativas para ter mais economia. E com a medicina não há meio termo. Quando não se pode depender da rede pública, as opções são plano de saúde ou consultas particulares”, declara Rogério, que complementa: “Desde dezembro, houve aumento na procura por exames particulares e decidimos investir nisso, que também é uma forma de a clínica manter o movimento”, afirma o médico.

A iniciativa beneficia até quem possui plano, mas com cobertura limitada. É o caso do professor Bruno Ribas, de 34 anos, que fez teste ergométrico com 20% de desconto. “Esse movimento surgiu no momento certo e possibilita pacientes a realizar exames de qualidade a preços mais baixos. E o resultado sai logo”, opina.

Na outra ponta, as clínicas populares — criadas para atender a população carente — têm registrado aumento expressivo na procura pelo público de classe média nos últimos meses, uma consequência da crise.

Com consulta médica em 32 especialidades por R$ 82, a Policlínica Granato, que funciona desde 2008 ao lado da Rocinha, na Tijuca e em Madureira, teve aumento de 49% de atendimentos em janeiro e fevereiro deste ano em relação ao mesmo período de 2015.
“Foram 28.549 atendimentos só nos dois primeiros meses deste ano”, informa o médico e CEO da clínica, Paulo Granato, que contabiliza 90 mil atendimentos desde 2008, incluindo exames a partir de R$ 8. Para ele, as clínicas populares estão “em pleno crescimento”, com serviço de qualidade, acessível e mais ágil.

Criado em 2015, o Laboratório Sangue Bom, no Itanhangá, atendia moradores de comunidades da região, com exames de sangue a partir de R$ 5. Hoje, oferece consulta de pediatra e clínico geral a R$ 90 e vai ampliar o espaço. “O crescimento foi rápido, pois a crise na saúde é grande”, conta a biomédica e sócia do espaço, Bárbara Lucena. “Teremos farmácia com remédios mais baratos”.

Um mercado em expansão

Cirurgião-geral e sócio da clínica popular Pastore, na Tijuca e no Centro do Rio, Sérgio Luiz acredita que esse novo mercado continuará crescendo. “Isso deve-se à incapacidade do sistema público de atendimento, que, apesar de contar com excelentes médicos, tem problemas estruturais”, avalia.

A Pastore foi criada em 2011 e hoje faz cinco mil atendimentos por mês. As consultas custam R$ 95 para diversas especialidades, além de exames de sangue e imagem.

Já a Acesso Saúde chegou ao Rio em 2015, atendendo moradores de Campo Grande com consultas médicas a R$ 89,90, com direito à revisão. Os exames de sangue custam a partir de R$ 4, enquanto o hemograma completo sai a R$ 21, 80.

“Trouxe a iniciativa para o Rio devido ao caos na rede de saúde e necessidade de atendimento”, conta o empresário Felipe Ramalho, dono da franquia. A Acesso Saúde oferece consulta de pediatria, psiquiatria e ortopedia, entre outros.

O Dia

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