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Fim do cerco

Colômbia pede que EUA suspendam sanções à Venezuela

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Autor/Imagem:
Lucas Estanislau/Via Pátria Latina - Foto Reprodução

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, realizou sua primeira visita oficial aos Estados Unidos e se reuniu com o mandatário estadunidense, Joe Biden. Na Casa Branca, os presidentes debateram o combate às mudanças climáticas, o enfrentamento ao narcotráfico e o fim das sanções de Washington contra a Venezuela.

Em declarações à imprensa após a reunião, Petro disse que conversou com Biden sobre a conferência internacional que convocou para o próximo dia 25 de abril, em Bogotá, para reativar os diálogos entre governo e oposição da Venezuela.

“Eu propus que, nesse processo, as conversas da semana que vem e as que seguirão no México possam gravitar em torno de questões para construir dois eixos: um é o cronograma eleitoral venezuelano, com garantias, e a entrada da Venezuela no Sistema Interamericano de Direitos Humanos. O outro é uma desativação progressiva e paulatina de sanções, de modo que possamos chegar a uma meta que é que o povo decida livremente, sem sanções, sem pressões, seu próprio destino social e político”, disse.

Ainda segundo o mandatário, os EUA “não condicionaram” a eliminação de sanções à Venezuela. “Ficou proposto sobre a mesa uma estratégia que é primeiro realizar eleições e depois eliminar sanções ou, paulatinamente, na medida em que se vai cumprindo uma agenda eleitoral, se vá também paralelamente eliminando sanções”, afirmou.

Petro chegou a recusar o título de “mediador” entre Caracas e Washington e disse que seu governo “simplesmente está propiciando um espaço que se vinha construindo no México e, para destravar, oferecemos Bogotá”.

“Cerca de 20 chanceleres vão se reunir, da Europa, dos EUA, da América Latina para, com o governo venezuelano e com a oposição venezuelana, estabelecer pontos mínimos de um grande acordo que garanta não só eliminação de sanções e a realização de eleições, mas também a normalidade de todos os atores políticos na Venezuela”, disse.

Desde que assumiu o cargo, em agosto do ano passado, Petro restabeleceu relações diplomáticas com o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro e tem assumido um protagonismo diplomático ao propor soluções para os conflitos políticos no país vizinho.

Segundo Bogotá, o objetivo da conferência do dia 25 não é substituir os diálogos que vinham ocorrendo no México, mas sim reativar as conversas. As negociações estão congeladas desde novembro do ano passado, após a oposição e Washington não cumprirem um acordo que previa a liberação de mais de 3 bilhões de dólares em recursos que pertencem ao Estado venezuelano e que estão bloqueados no exterior.

A principal demanda do governo na mesa de diálogo é a suspensão de todas as sanções. Já a delegação opositora exige a elaboração de um cronograma eleitoral e garantias para uma campanha equilibrada.

Na quarta-feira (19), o presidente colombiano discursou no Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) em Washington e propôs uma reconstrução do organismo multilateral e que a Venezuela volte a fazer parte do órgão.

Caracas decidiu se retirar da OEA em 2017 e vinha sendo representada na entidade por um opositor indicado pelo ex-deputado Juan Guaidó, já que a organização reconhecia seu antigo “governo interino”.

A proposta de reincorporação da Venezuela à CIDH e à OEA já foi feita por Petro diretamente ao presidente Nicolás Maduro durante uma de suas visitas a Caracas no ano passado. Em resposta, o mandatário venezuelano disse que a ideia era promissora e que estaria avaliando em conjunto com ministros.

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