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Magia aplicada

Como pedidos a divindades abrem portas

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Autor/Imagem:
Mago Geraldo Seabra - Foto Editoria de Arte/IA

Presenciei, faz muitos anos, no Rio de Janeiro, um fato que, na hora, me deixou intrigado. Sobre o asfalto, à beira da avenida Getúlio Vargas, jazia o corpo de um homem que acabara de ser atropelado. À sua volta formara-se um pequeno grupo. De repente, um transeunte se aproximou, ajoelhou-se, acendeu uma vela que colocou no asfalto. Em seguida, tirou do bolso do paletó um pedaço de papel e o colocou num bolso do recém-falecido. Mais tarde, um conhecido que entendia dos hábitos da cidade explicou-me: o papel certamente continha um bilhete com um pedido a um orixá (divindade do panteão africano) e a vela serviria para aclarar o caminho do morto na viagem ao encontro do orixá. Isso – adiantou – era comum. O interessado fica com o bilhete e a vela no bolso, à espera de encontrar alguém que haja falecido há pouco, para entregar-lhe a incumbência de levar o pedido à divindade.

Praticamente, em todo o mundo, os crentes pedem a ajuda dos seus antepassados. Em muitos países, hoje menos do que em tempos idos, o culto dos mortos tem este objetivo. Mas o papel com o bilhete é de certo intrigante. Entretanto, o uso das velas em rituais funerários é quase universal – e o objetivo é sempre o mesmo, o de iluminar os caminhos que a alma vai trilhar, depois de deixar o corpo físico. Sem dúvida, um ato mágico.

O uso de velas em Magia é bem mais amplo. E é impressionante observar os resultados que são alcançados, quer o ato tenha uma finalidade nobre, quer não. Uma amiga recorre a uma vela sempre que tem em mira algum objetivo mais difícil, com resultados invariavelmente positivos, às vezes até espetaculares. Há alguns anos, ela conseguiu, a mais de mil quilômetros de distância, resolver para a filha um problema que de há muito se vinha arrastando. Para tanto, não fez – aparentemente – mais do que acender as suas velas. Aparentemente, porque, por trás do ato de acender uma vela, há que existir uma poderosa carga emocional, um desejo muito forte, uma fé inabalável, sem o que não é possível alcançar resultados mais precisos.

Uma vontade fraca, uma emoção débil, um desejo pálido, uma fé precária, terão como conseqüência nada ou muito pouca coisa. Saiba: o objetivo de todo o ritual é a fixação do objetivo do mago. Além do símbolo da vela auxiliar nesta fixação, sua cor alimentará o campo áurico da pessoa com a energia correspondente ao objetivo a ser alcançado.

Embora uma vela branca possa ser utilizada para qualquer ritual, com qualquer objetivo, o ideal será usar a cor apropriada para cada caso. Assim, uma vela vermelha é mais aconselhável quando nos empenhamos em alguma luta, quando precisamos aumentar a coragem ou o poder de decisão, quando estamos precisando de energia física – ou quando temos em mente ajudar alguma pessoa com uma dessas finalidades. A vela de cor laranja é apropriada quando a energia de que estamos precisando é a intelectual, quando estamos estudando ou vamos nos submeter a um concurso, ou escrever. Mas, se desejo transmitir para outra pessoa um apoio intelectual, é a cor amarela que devo utilizar. Uma vela amarela serve para aumentar o nosso poder mental, para abrir caminho junto a pessoas de algum modo importantes no plano político, econômico ou social. O amarelo é anti-depressivo, empresta maior brilho à personalidade. Para auxiliar outra pessoa, no entanto, com estes mesmos fins, devemos recorrer a uma vela laranja. A vela verde, tanto para seu uso pessoal como para ajudar terceiros, representa uma ligação com o centro cósmico do amor e é válida também para tratamento de saúde em geral.

Recomendo, entretanto, evitar o uso de velas pretas, pelos riscos que estas envolvem. Em uma etapa mais adiantada, quando Você aprender a lidar com as energias planetárias, poderá recorrer ao preto, mas com cautela e o maior espírito de responsabilidade. Tenho visto muita gente se dar mal por ter recorrido a uma vela preta para satisfazer ódios, impulsos de vingança, para atender aos seus desejos de posse sobre outras pessoas. É o princípio do bumerangue, a lei de causa e efeito, o choque de retorno.

Em Magia todo cuidado é pouco.

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*Texto extraído do livro Portal da Magia. SEABRA, Geraldo. 2005.

Geraldo Seabra-  Jornalista, Astrólogo, Alquimista, Tarólogo, fundador do Colégio dos Magos de Brasília e autor do livro Portal da Magia.
@colegiodosmagosesacerdotisas

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