Comunidades nordestinas vivem o drama e a dor da crescente erosão costeira

O litoral nordestino, conhecido por suas belas praias e paisagens deslumbrantes, enfrenta uma ameaça crescente: o avanço do mar. Nos últimos anos, a combinação de mudanças climáticas, ocupação desordenada e falta de políticas públicas tem acelerado a erosão costeira, resultando na perda de praias e colocando em risco a vida de milhares de pessoas.

Em Icapuí, no Ceará, a situação é alarmante. Comunidades pesqueiras foram deslocadas devido à destruição de suas casas e infraestrutura pela força das ondas. “O mar levou tudo. Nossa casa, nossa escola, nosso comércio. Estamos sem saber para onde ir”, relata Dona Maria, moradora local.

Especialistas apontam que o aumento do nível do mar, aliado à retirada de vegetação nativa e construção de empreendimentos imobiliários na orla, tem contribuído para a intensificação da erosão. “A falta de planejamento urbano e a exploração desenfreada do litoral são fatores determinantes para esse cenário”, afirma o geógrafo Dr. João Silva.

Além dos impactos ambientais, a erosão costeira afeta diretamente a economia local. O turismo, principal fonte de renda de muitas cidades litorâneas, é prejudicado pela destruição das praias. “Os turistas não querem vir para uma praia que desapareceu”, comenta o empresário local Carlos Souza.

A situação exige ações urgentes. Organizações não governamentais e movimentos comunitários têm pressionado por políticas públicas que incluam o fortalecimento da infraestrutura costeira, o reflorestamento de áreas degradadas e a implementação de sistemas de alerta para desastres naturais.

Enquanto isso, as comunidades litorâneas seguem resistindo, buscando alternativas para preservar suas terras e modos de vida. “Não vamos deixar que o mar leve nossa história”, afirma Dona Maria, com determinação.