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Colisão entre Poderes

‘Congresso age com chantagem; isso é péssimo’

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Autor/Imagem:
Marta Nobre

A rota de colisão do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional iniciada no atual governo parece ter caminho aberto para farpas mútuas entre os dois Poderes. Por ter dito o que pensa (‘há congressistas que chantageiam o presidente’, afirmou o ministro Augusto Heleno, do GSI), o general foi alvo de bordoadas nesta quarta, 19. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia e do Senado, Davi Alcolumbre, ambos do DEM, não deixaram barato. E vislumbraram nas palavras do assessor direto de Jair Bolsonaro um ataque gratuito aos parlamentares.

O general falou na véspera, em transmissão ao vivo pelas redes sociais. Em conversa com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (secretaria do Governo), Augusto Heleno afirmou, com todas as letras, que o governo não pode “aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo”.

Passadas 24 horas, o general foi às redes sociais para afirmar que na conversa com os ministros estava expondo sua visão sobre “insaciáveis reivindicações de alguns parlamentares por fatias do orçamento impositivo”. Mas já era tarde. E a reação do Congresso Nacional já circulava por todo o país. Para Rodrigo Maia,  a frase do ministro foi “infeliz” e Heleno se tornou um “radical ideológico”.

“Geralmente na vida, quando a gente vai ficando mais velho a gente vai ganhando equilíbrio, experiência e paciência. O ministro pelo jeito está ficando mais velho e está falando como um jovem estudante no auge da sua idade, da sua juventude”, disse o presidente da Câmara. “É uma pena que o ministro com tantos títulos tenha se transformado em um radical ideológico contra a democracia, contra o parlamento”, completou.

Já Davi Alcolumbre, por meio de nota, também se manifestou sobre a fala de Augusto Heleno. O senador disse que “nenhum ataque à democracia será tolerado pelo parlamento”. Para o presidente do Senado, “o momento, mais do que nunca, é de defesa da democracia, independência e harmonia dos poderes para trabalhar pelo país”, sublinhou.

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