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Hipocrisia e falsidade

Congresso, fofoqueiro e golpista, vira uma arma perigosa contra o povo

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Júnior - Foto de Arquivo

Apinhado de tiranos, corruptos, falsos pastores, fofoqueiros, criminosos sem fuzis e politiqueiros de fundo de quintal, o atual Congresso Nacional nada difere de um pacote recheado de estrume. Com todo respeito à minoria séria, mas, na tradução livre, o Legislativo e o que sai das fraldas dos bebês são a mesma coisa. Se houver, a diferença estará no cheiro. Sei que Natal é tempo de acalmar os corações, mas, mesmo em festa, não há como deixar de lembrar dos políticos brasileiros que vivem das mentiras que contam durante a louca busca pelos votos.

Com raras exceções, eles se apropriam da boa-fé do povo para alcançar o Circo dos Horrores, consequentemente a impunidade e o desprezo às leis. Receptores ilegais de votos, acham tudo normal, inclusive enriquecer ilicitamente e defender bandidos. Fazem de tudo em benefício pessoal, menos cumprir a promessa de trabalhar pelo povo. O ano de 2025 marca o fim do terceiro período da atual legislatura. Sem emoção, partidarismo ou ideologia, alguém tem condição de lembrar dois projetos em favor da população apresentados e aprovados pelos 513 deputados e 81 senadores?

São apenas dois! Antes que me chamem de mentiroso, a reforma tributária, a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais mensais redução, igualdade salarial, fortalecimento da soberania nacional e da segurança alimentar e a valorização do salário mínimo são propostas do governo federal. Invertendo a ordem, e para alimentar os próprios interesses ou os da companheirada? Aí são muitos. Talvez dezenas, centenas, todos produzidos, relatados e assentidos pela tropa bolsonarista na calada da noite, quando os gatos ou são pardos ou são golpistas.

A redução de penas impostas pelo STF a golpistas, a tal da dosimetria, foi o último dos projetos corporativos da Câmara e do Senado. E o que o povo tem a ver com isso? Absolutamente nada. Pelo contrário. Como disse o ministro Alexandre de Moraes, a iniciativa deverá estimular novas aventuras terroristas no país. Ou seja, daqui para frente viveremos sobre o fio da navalha. Provavelmente não, porque, além do veto do presidente Lula, dificilmente a esdrúxula e criminosa proposta terá respaldo da Corte Suprema. Ficará o dito pelo não dito e Jair Bolsonaro terá de cumprir os 27 anos de pena.

Mesmo não podendo, sugiro às desprezíveis excelências que, na falta do que fazer, não façam nada, nem mal a ninguém. Ocupem-se com coisas capazes de minimizar as mazelas da sociedade. Ainda que remunerado, o ócio não passa de criadouros de fofoqueiros que mancham ou destroem a vida daqueles que querem trabalhar pelo povo. Sei que boa parte dos atuais congressistas não tem, mas é bom registrar que caráter, honestidade, respeito e humildade são conceitos adquiridos desde o berço. Basta virar político para começar a rezar em outra cartilha, a das obras superfaturadas, da corrupção quase transparente e das emendas secretas com destinação às escuras. São milhares as razões pelas quais reafirmo que a política é uma arma perigosa.

E tem sido assim desde o primeiro e único mandato de Jair Bolsonaro. E$la (a política) tanto pode salvar como destruir uma nação. O problema é que os políticos são espelho do eleitor. É aí que o bicho pega. Com aval da hipocrisia e da falsidade que reinam no Brasil do mito, os políticos eleitos na esteira do egocentrismo bolsonarista raramente sabem o que realmente estão fazendo, tampouco imaginam as reais consequências. Sinal dos tempos ou o fim deles? Diziam que pior do que esteve entre 2018 e 2022 não ficaria. Eita, ficou! Ainda bem que as eleições de 2026 batem à nossa porta. É a chance de refletirmos a respeito de uma das máximas dos pensadores: O mau político normalmente é um mau cidadão. Portanto, no ano que vem escolhamos os melhores.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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