Entre ondas e cuidados
Conheça a luta potiguar pela vida marinha em Pipa e Baía Formosa
Publicado
em
Entre as águas claras e as falésias do litoral sul potiguar, a natureza ainda oferece um espetáculo raro: o balé dos golfinhos e o nascimento de tartarugas marinhas. Mas por trás dessa beleza, há um trabalho constante de preservação que garante que essas espécies continuem a habitar o litoral do Rio Grande do Norte.
Nas praias de Pipa e Baía Formosa, o Projeto Tamar monitora as desovas de tartarugas-de-pente e oliva, espécies ameaçadas de extinção. Durante a temporada de reprodução, de novembro a abril, equipes e voluntários percorrem a areia à noite, identificam ninhos e, quando necessário, transferem os ovos para locais seguros. Cada filhote que alcança o mar representa uma vitória silenciosa contra os efeitos da poluição, da pesca e do turismo descontrolado.
Nas águas próximas, o boto-cinza — espécie de golfinho costeiro típica do Nordeste — também enfrenta desafios. Em Pipa, onde o turismo de observação é uma das principais atrações, pesquisadores da UFRN alertam para o impacto das embarcações que se aproximam demais dos grupos de golfinhos. O ruído dos motores e a perseguição podem alterar o comportamento dos animais e afastá-los de áreas de alimentação.
Para proteger esse patrimônio natural, instituições locais, pescadores e guias turísticos têm se unido em ações de educação ambiental e campanhas de conscientização. “Quando o visitante entende que ver um golfinho livre vale mais do que tocá-lo, a natureza agradece”, diz um guia local.
Apesar dos avanços, ainda há muito a fazer. A ampliação da fiscalização, a redução do lixo plástico e o fortalecimento de projetos de pesquisa são passos essenciais para que Pipa e Baía Formosa continuem sendo refúgios onde o mar e a vida selvagem convivem em harmonia.