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Mãos à obra

Construção civil abre espaço para mulheres

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Autor/Imagem:
Alline Martins

As agências do trabalhador oferecem diariamente muitas oportunidades para quem pretende atuar na construção civil. E em qualquer uma delas é possível a contratação de mulheres. Porém, na maioria dos casos, elas não ocupam as vagas, seja por falta de qualificação ou por acreditarem que o ambiente é masculino.

Para tentar reverter esse quadro e ampliar a participação da mulher num dos mercado de trabalho mais promissores da capital, a Secretaria da Mulher assinou um acordo de cooperação técnica com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon) e vai oferecer cursos e palestras para aquelas que se interessarem em atuar na área e para as empresas que quiserem transformar os ambientes de trabalho em espaços feitos para homens e mulheres.

A parceria faz parte das ações previstas pela Rede Sou mais Mulher, criada pelo governador Ibaneis Rocha, em 8 de março de 2019, para que organizações públicas e privadas do DF se unam e promovam ações voltadas à promoção da igualdade de gêneros, o enfrentamento à violência, além de incentivar o empreendedorismo e a autonomia econômica das mulheres.

“A gente sabe da importância que o governador tem dado às obras do DF, como importante estratégia para a geração de emprego e de renda. Além disso, a Secretaria da Mulher fez estudos e pesquisas que identificaram ser muito interessante trabalharmos em conjunto com a inserção das mulheres no ramo da construção civil, principalmente, na área de acabamento, onde sabemos que elas têm obtido um resultado muito expressivo”, afirmou a secretária da Mulher, Ericka Fillippelli.

Segundo o presidente do Sinduscon-DF, Dionyzio Klavdianos, atualmente, as mulheres representam apenas 10% do total de trabalhadores da construção civil. “Se concentram em atividades administrativas. Quando vamos para os canteiros de obras, nas funções como pedreiro, pintor, esse percentual cai a quase zero”, detalha.

O acordo de cooperação prevê cursos de gestão econômica, acabamento fino e demonstração de um canteiro de obras ideal para a inserção da mulher neste mercado de trabalho. “Nós queremos incluir as esposas e filhas de funcionários de obras, porém, os cursos serão abertos a qualquer mulher que deseje atuar na área”, explica a vice-presidente do Sinduscon, Mirelle Correa. Ela lembra que a programação já está praticamente concluída. Porém, as atividades, que serão presenciais, estão previstas para começar em janeiro de 2021.

Prova de que um canteiro de obras é, sim, também para mulheres, Joelma de Souza Costa já atua na área há 11 anos. Foi montadora de formas metálicas durante a construção do bairro Jardim Mangueiral e encarregada de formas e de acabamento na construção do Condomínio Paranoá Parque. “Ainda é um ambiente machista e isso precisa mudar. Nós, mulheres, podemos trabalhar onde a gente quiser”, diz ela, que já fez curso de eletricista e hoje tem a própria empresa de reformas e construção.

Para a engenheira civil Stefani Jardim a capacitação que será oferecida pelo governo será muito importante para quem quer atuar na construção civil. “É um mercado muito dinâmico, cujas normas relacionadas, bem como os processos construtivos, estão em constante mudança. É um mercado cada vez mais exigente, com concorrência cada vez maior”, destaca ela, que entrou no setor aos 20 anos, como técnica de segurança do trabalho, e hoje é responsável por monitorar uma obra com cerca de 300 funcionários.

Ofertas de vagas para pedreiro, pintor, serralheiro e marceneiro são as oportunidades que mais aparecem na lista de empregos divulgada pela Secretaria do Trabalho.

Nesta segunda-feira (9), por exemplo, são 27 oportunidades para serralheiro, 20 para pedreiros, duas para ajudante de serralheiro, sete para armador de ferro, duas para auxiliar de marceneiro, quatro para marceneiro, três para balanceiro de concreto, duas para laboratorista de concreto e 10 para servente de obras. Os salários podem chegar a R$ 3 mil.

Outras ofertas
Além das oportunidades na área de construção civil, comércio, serviços e saúde também estão com vagas abertas para homens e mulheres, nesta segunda-feira (9). Ao todo, são 997 oportunidades que contemplam todos os níveis de escolaridade e abrem espaço para quem tem ou não experiência nas respectivas áreas.

O maior salário é oferecido para gerente de recursos humanos, no valor de R$ 3,7 mil, mais benefícios. Há uma vaga e, para concorrer, é preciso ter nível superior na área e experiência. A segunda melhor remuneração é de R$ 2,9 mil, oferecida para motorista carreteiro. São seis oportunidades e basta ter ensino fundamental.

Vagas para estudantes de nível superior também aparecem nesta segunda-feira (9). São 11, sendo seis delas para operador de telemarketing especializado e cinco para auxiliar administrativo. Pode concorrer quem estiver cursando gestão comercial, marketing, administração, estatística, recursos humanos ou comunicação social. Os salários são pagos por dia trabalhado, variando entre R$ 23,07 e R$ 41, mais benefícios.

Quem tiver interesse em concorrer a qualquer uma das vagas anunciadas, deve procurar uma das 15 agências do trabalhador em funcionamento no DF. Outra possibilidade é o aplicativo Sine Fácil que, em virtude da pandemia de Covid-19, também disponibiliza o serviço.

Empreendedores que desejam buscar profissionais também podem utilizar os serviços das agências do trabalhador. Além do cadastro de vagas, é possível usar os espaços físicos para seleção dos candidatos encaminhados. Para isso, basta acessar o site da Secretaria do Trabalho e preencher o formulário na aba empregador.

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