Um estudo científico atual
Conto sobre memórias de vidas passadas
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Estávamos à espera de entrar no auditório da universidade. Faltavam poucos minutos para a aula. O meu cigarro estava a acabar, eu estava nervoso com o que ali vinha. O professor era muito conceituado e iria fazer ali uma revelação que colocaria o mundo em sobressalto. Tinha vindo da Universidade da Virginia nos Estados Unidos e os seus estudos eram cientificamente muito credíveis. Seria que iria ver um novo passo de gigante na ciência? Mandaram-nos entrar silenciosamente. O professor estava num palco e junto dele havia um ecrã de powerpoint.
Nisto ele começou a falar de voz grave: Estudos psicológicos em crianças que afirmam ter tido memórias de vidas passadas. Será que as crianças com memórias de vidas passadas diferem psicologicamente das crianças sem essas memórias?
Erlendur Haraldsson examinou essa possibilidade sistematicamente administrando testes psicológicos a crianças, às suas mães e aos seus professores que as conheciam bem, no Sri Lanka e Líbano. Estudos semelhantes foram conduzidos na Índia e nos Estados Unidos da América. Estes estudos descobriram que as crianças com memórias de vidas passadas são diferentes das outras crianças em variadíssimos aspetos.
Introdução
Muitas crianças pequenas à volta do mundo afirmam ter sido outras pessoas em vidas passadas. Estas afirmações estão reportadas desde há séculos, mas o estudo sistemático acerca delas com provas sobre reencarnação de fato apareceram somente por volta de 1960 com as investigações do Dr. Ian Stevenson.
O investigador da reencarnação James Matlock mostrou que a memória da vida passada tem muitas características de memória da vida presente. Assim como as memórias da vida presente, as memórias de vidas passadas estão muitas vezes ligadas a coisas vistas, ouvidas ou cheiradas; as memórias de vidas passadas costumam ter blocos de memória acerca dos últimos anos, meses ou dias da vida passada, revelando o “efeito de ser algo recente”, além disso elas podem estar ligadas aos anos principais da vida, demonstrando um “salto de reminiscência”. As memórias da vida passada não são exclusivamente episódicas, podem também ser semânticas, emocionais e comportamentais, e não é estranho serem também reconhecidas como memórias.
As informações dos casos registados sugerem que as crianças que se lembram de vidas passadas podem ser diferentes dos seus pares em alguns aspetos – mas como exatamente?
Este artigo descreve estudos efetuados no Sri Lanka, Índia e Líbano por serem estes os locais que contribuíram com um número substancial de casos para a nossa base de dados sobre reencarnação – assim como os Estados Unidos da América, comparando crianças com memórias de vidas passadas com crianças que não têm essas recordações. Também são colocados à consideração aqui os estudos de memórias de vidas passadas retidas desde a fase infantil à fase adulta bem como os efeitos a longo prazo das recordações de memórias de vidas passadas infantis. Para assuntos mais gerais respeitantes a como se podem lembrar as vidas passadas e a amnésia das mesmas podemos recorrer ao artigo que vem em separado na Enciclopédia Psi.
As crianças com memórias de vidas passadas são diferentes das outras? Estudos efetuados no Sri Lanka, Índia, Líbano e nos Estados Unidos da América.
Erlendur Haraldsson foi o primeiro investigador a comparar crianças com memórias de vidas passadas com crianças sem memórias de vidas passadas no Sri Lanka e no Líbano. Antonia Mills conduziu um estudo na Índia com Jim B. Tucker e com F. Don Nidiffer nos Estados Unidos da América.
Embora existam diferenças metodológicas importantes à volta destes estudos, Haraldsson, Mills e Tucker submeteram testes psicológicos estandardizados às crianças e aos seus pais. Os estudos de Haraldsson incluíam os professores das crianças também.
A investigadora Mills fez parte de um estudo mais alargado com crianças na Índia que tiveram memórias de pertencerem a diferentes religiões, seja o Hinduísmo, seja o Islamismo Sunita. Tanto Haraldsson como Mills compararam as crianças com memórias de vidas passadas (o grupo alvo) com crianças sem memórias de vidas passadas (grupo de controle), mas o investigador Tucker comparou os resultados com normas estatísticas em vez disso.
Um dos instrumentos de investigação usado foi a lista de verificação do comportamento das crianças, uma lista estandardizada de problemas que as crianças podem ter e das características ou traços de caráter que às vezes podem levar a dificuldades para as crianças e para as suas famílias. Haraldsson e Tucker empregaram ambos a lista de verificação do comportamento das crianças. Outros testes incluíram a escala de absorção Tellegen, o Teste de Vocabulário por imagens de Peabody, as matrizes progressivas coloridas de Raven, a lista de verificação dissociativa infantil e o questionário da Família.
No estudo inicial efetuado no Sri Lanka, Haraldsson comparou trinta casos de crianças que foram estudadas previamente, quer por ele quer pelo Dr. Ian Stevenson em crianças que não tiveram memórias de vidas passadas, combinadas por sexo, idade e vizinhança. Os casos estudados (doze pares de rapazes e dezoito pares de raparigas tinham a idade compreendida entre sete e treze anos com uma média de idades de nove anos e cinco meses. O segundo estudo efetuado por Haraldsson no Sri Lanka incluiu vinte e sete pares de crianças (catorze pares de rapazes e treze pares de raparigas) com idades compreendidas entre os os cinco e os dez anos com uma média de idades de sete anos e dez meses.
No seu estudo efetuado no Líbano, Haraldsson incluiu trinta pares de crianças drusas (dezanove pares de rapazes e onze pares de raparigas) com idades compreendidas entre os seis e os catorze anos (tendo uma média de idades de dez anos e sete meses). Mills teve trinta e um pares de jovens adultos no seu estudo efetuado na Índia, entre eles vinte e cinco homens e seis mulheres). Tucker e F. Don Nidiffer examinaram quinze crianças com idades de pré-entrada na escola primária (oito rapazes e sete raparigas) com idades compreendidas entre os três e os seis anos que falaram e que estavam a falar acerca de vidas passadas na altura.
Todos os estudos incluíram tanto crianças com memórias de vidas passadas verificadas (casos resolvidos) quanto crianças em que não houve uma ligação entre as memórias de vidas passadas e os factos (casos não resolvidos). Os estudos anteriores mostraram que os casos resolvidos e os casos não resolvidos eram similares, por isso eles juntaram estes estudos psicológicos. As crianças não tinham qualquer relação entre as pessoas do passado nas amostras colhidas no Sri Lanka, Líbano e na Índia mas no estudo efetuado nos Estados Unidos da América houveram relações familiares em todos os quatro dos casos resolvidos.
Diferenças comportamentais
Haraldsson descobriu que as crianças com memórias de vidas passadas tanto no Sri Lanka como no Líbano tinham mais problemas psicológicos e problemas sociais do que as crianças que não tinham memórias de vidas passadas. Então, as crianças com memórias de vidas passadas:
– Eram mais argumentativas e eram mais predispostas a terem discussões:
– Eram perfeccionistas, tudo tinha de ser exato e correto e elas queriam discutir as matérias de uma forma mais profunda;
– Eram neuróticas, tinham mais mudanças de humor e estavam mais predispostas a terem pesadelos;
– Gostavam de estar mais tempo sozinhas e não estavam tão envolvidas uns com os outros como as restantes crianças faziam;
– Às vezes pareciam confusas;
– Estavam mais preocupadas em serem bonitas e em estarem limpas;
– Falavam muito;
– Tinham mais medos e estavam mais ansiosas do que as outras crianças e muitas vezes eram alvo de bullying;
– Tinham a tendência para serem teimosas, às vezes recusavam falar e tinham feitios mais difíceis do que as crianças que não tinham memórias de vidas passadas;
Haraldsson investigou que muitas destas características são sinais de estresse pós-traumático. O estresse pós-traumático geralmente só é encontrado em crianças que foram muito mal cuidadas ou negligenciadas. Ele não descobriu qualquer desses tratamentos nas crianças estudadas. No entanto, muitas dessas crianças recordava ter tido na vida passada uma morte violenta como por exemplo por acidente, morte em guerras, ou morte por terem sido assassinadas: este estado de coisas foi visto em 76% das crianças no seu estudo feito no Sri Lanka e em 77% nas amostras investigadas no Líbano. As crianças estavam profundamente preocupadas com estas memórias, falavam muito sobre elas e repetiam-nas muitas vezes nas suas mentes. Haraldsson concluiu que estes sintomas de estresse estavam ligados às memórias de mortes violentas.
Esta foi uma descoberta importante. O Dr. Ian Stevenson havia notado já sintomas deste tipo na sua larga coleção de casos registados e escreveu mesmo um artigo de revista da especialidade acerca das fobias relacionadas com memórias de vidas passadas mas ele não havia efetuado até então um estudo que contrastasse as crianças com memórias de vidas passadas com crianças sem essas memórias. Muitas crianças com memórias de vidas passadas que constam dos casos estudados por Haraldsson reportaram terem medos e fobias mas não existiam sinais de que as crianças com memórias de vidas passadas eram mais sugestionáveis do que as outras crianças sem essas memórias nem que elas vivessem em isolamento social ou que as suas famílias fossem conflituosas.
Pelo contrário, os estudos de Haraldsson descobriram que as crianças com memórias de vidas passadas reportavam ser melhor ajustadas socialmente do que as crianças sem essas memórias, especialmente pelos seus professores. As crianças normalmente param de falar sobre essas memórias quando começam a entrar na escola, por isso algumas avaliações feitas pelos pais e pelos professores que constam da lista de verificação de comportamento infantil podem ser atribuídas à idade em que a criança é avaliada. Num estudo, dezasseis professores foram entrevistados durante dezoito meses depois das entrevistas com as famílias. Pode ser que embora nenhuma criança com memórias de vidas passadas apresente quaisquer alterações de comportamento estas tendem a parar de ter memórias ou as memórias tendem a ser melhor geridas levando a benefícios de longo prazo.
Nos Estados Unidos da América, os sintomas de estresse pós-traumático não foram tão evidentes, talvez porque a incidência de mortes violentas foi muito menor do que nos casos investigados no Sri Lanka ou no Líbano. As mortes violentas foram reportadas em vários casos de reencarnação na Índia mas os fatores apropriados não foram investigados nesse país. No entanto, Mills descobriu que as crianças indianas estudadas deram resultados significativos (p < .05 ) maiores que as crianças que não tiveram memórias de vidas passadas na Escala de Absorção Tellegen, indicando uma maior capacidade de submergir a si mesmas na sua imaginação mental de forma semelhante às descobertas de Haraldsson feitas no Sri Lanka e no Líbano. No primeiro estudo efetuado por Haraldsson, no Sri Lanka, não houveram grandes incidências de dissociação. No seu segundo estudo efetuado no Sri Lanka, Haraldsson constatou que as crianças que se lembravam de vidas passadas tiveram mais tendências dissociativas (por exemplo: rápidas mudanças de personalidade e frequentes devaneios da imaginação) do que as crianças que não se lembraram de vidas passadas, e não apresentaram resultados tão altos em matérias como o isolamento social, a sugestionabilidade e a procura por atenção. Nos Estados Unidos da América, por outro lado, todas as crianças estudadas por Tucker e Nidiffer obtiveram resultados baixos na Lista de Verificação Dissociativa de Crianças e isso significa que elas não revelaram tendências para a dissociação.
Diferenças cognitivas
Será que as crianças que se lembram de vidas passadas são mais sobredotadas que as crianças que não têm essas memórias?
Isto provou ser algo verdadeiro nas crianças estudadas no Sri Lanka que possuíam um vocabulário maior do que as outras crianças, eram melhores alunos, trabalhavam melhor na escola e conseguiam notas mais altas. As crianças eram particularmente boas na sua língua nativa, em religião e em matemática. Algumas estavam no quadro de honra académico das suas turmas.
As crianças dos Estados Unidos da América que se lembraram de vidas passadas também tinham resultados melhores do que as que não tinham essas memórias em variáveis cognitivas e iam melhor na escola. No entanto, isto não acontecia no Líbano ou na Índia. Algumas crianças estudadas por Mills disseram a ela que as memórias das vidas passadas delas interferiram na sua educação. Os resultados escolares mais negativos estudados por Mills nestas crianças tinham a haver com estas memórias de vidas passadas.
Quanto tempo duram estas memórias das vidas passadas?
O Dr. Ian Stevenson observou que as crianças que falavam das suas vidas anteriores faziam isso quase sempre entre os dois e os cinco anos. As crianças variam no que diz respeito ao que diziam das suas vidas passadas e no que diz respeito à forma persistente como falavam disso, mas muitas paravam de falar das suas vidas passadas nas idades compreendidas entre os cinco e os oito anos. O Dr. Stevenson escreveu que este apagamento das memórias de vidas passadas nestas crianças se deve ao início da frequência na escola, altura em que a criança saia do seu ambiente doméstico pela primeira vez sendo confrontada com novas preocupações e impressões.
Haraldsson voltou a entrevistar crianças do Sri Lanka e crianças drusas libanesas cujos casos o Dr. Ian Stevenson já havia estudado para verificar se as memórias passadas eram retidas. No Sri Lanka, Haraldsson entrevistou quarenta e duas pessoas com idades compreendidas entre os dezanove e os quarenta e nove anos. Trinta dessas pessoas já foram entrevistadas pelo Dr. Ian Stevenson nos anos de 1960 e 1970 e doze foram entrevistadas por Haraldsson entre os anos de 1988 e 1990. Embora metade das pessoas já não se lembrassem das memórias de vidas passadas e do que disseram antes, 38% afirmaram que ainda retinham algumas memórias, não todas; em média essas pessoas retinham cerca de 20% das suas memórias originais. As memórias retidas por essas pessoas andavam em volta das pessoas que conheceram e das circunstâncias que as levaram às mortes.
No Líbano, Haraldsson e o seu colega Majd Abu-Izzeddin entrevistaram novamente vinte e oito pessoas com idades compreendidas entre os vinte e oito e os cinquenta e seis anos cujos casos já haviam previamente sido estudados pelo Dr. Ian Stevenson e seus sócios nos anos de 1970 e 1980. Somente quatro dos vinte e oito disseram que as suas memórias se tinham apagado completamente; vinte e quatro, ou 86% acreditavam que tinham ainda as suas memórias de vidas passadas. Metade destas pessoas acharam que essas memórias estavam tão claras quanto quando eram crianças. As mesmas pessoas lembraram-se pouco das suas infâncias presentes; as suas memórias de vidas passadas eram mais nítidas e claras do que as memórias da sua própria infância. Alguns reportaram terem tido novas memórias que os investigadores ainda não tinham registado.
As descobertas de Haraldsson no que diz respeito às memórias de vidas passadas retidas no Sri Lanka e no Líbano concordavam com as descobertas de Mills na Índia. Das vinte e oito pessoas, dezasseis (57%) relembravam-se de algumas memórias das quais falaram na sua infância, dez pessoas disseram que ainda se lembraram da sua vida passada de forma clara e nítida e seis disseram que se lembraram dessas memórias mas que elas estavam a ser cada vez menos claras.
Será que ter memórias de vidas passadas é benéfico?
As memórias de vidas passadas nas crianças é algo de preocupante pois normalmente elas sofrem de estresse pós traumático, de medos e fobias que relatam ser fruto da memória das suas mortes. Em alguns casos as memórias de vidas passadas interferem com o rendimento escolar mas também existem indicações que essas memórias têm um efeito positivo à medida que essas crianças vão ficando cada vez mais adultas. Haraldsson investigou estes efeitos nos seus estudos de memórias retidas efetuados no Sri Lanka e no Líbano e Mills verificou o mesmo na Ìndia.
Haraldsson descobriu que cerca de um terço das pessoas estudadas no Sri Lanka continuam a ser perturbadas com os medos e fobias que as afligiam na infância. No entanto, para a maioria elas sentiram que as suas memórias de vidas passadas tiveram um efeito benéfico nas suas vidas. A grande maioria estava feliz na forma como as suas vidas se transformaram. O seu nível educacional era maior do que os outros da sua geração, e cerca de ¼ receberam educação universitária; incluíram um matemático, um engenheiro e um cientista computacional. Apenas dois estavam desempregados, o que é pouco para o Sri Lanka.
No Líbano, quinze (53%) das pessoas investigadas entre vinte e oito pessoas avaliaram as suas memórias como sendo positivas, embora só quatro disseram que desejavam que os seus filhos tivessem memórias de vidas passadas por si mesmos. A maioria das pessoas estudadas por Mills que eram da Índia disseram que as suas memórias de vidas passadas foram benéficas e dezoito pessoas (64%) entre vinte e oito disseram que gostariam que os seus filhos tivessem também memórias de vidas passadas. Algumas das pessoas estudadas por Mills disseram que as suas memórias interferiram não só na sua educação como no estabelecimento de relações românticas devido às ligações emocionais que continuavam a experimentar com pessoas vindas das suas vidas anteriores.
Conclusões
Os estudos psicológicos efetuados no grupo de crianças que se lembram de vidas passadas nos quatro países descobriram que as crianças que se lembram de vidas passadas diferem das outras sem essas memórias de maneiras importantes. Quando as memórias de vidas passadas se relacionam com mortes violentas as crianças parecem estar traumatizadas, expressam reações de vários tipos que nos parecem vindas de pessoas cujas vidas elas se lembram, como se fossem vivas em vez de falecidas. Ocasionalmente as memórias ( ou transferências psicológicas ) têm um efeito negativo duradouro que interfere com a sua educação ou com as suas ligações amorosas.
Por outro lado, muitas das pessoas estudadas experimentam efeitos benéficos de outras memórias especialmente quando se tornam mais adultas. As crianças que se lembram de vidas passadas são normalmente precoces e ajustam-se socialmente melhor do que as crianças sem memórias de vidas passadas. Muitas dessas crianças são excelentes na escola e seguem estudos na sua fase adulta mostrando que não sofrem mais más consequências duradouras vindas de traumas de infância. A maioria consegue aceder às suas memórias de vidas passadas e acham-nas benéficas embora algumas não desejem que os seus filhos tenham memória de vidas passadas de modo a que não passem o mesmo que elas passaram.
Um aspecto interessante destas descobertas prende-se com a falta de apoio que elas dão às conjecturas céticas no que diz respeito ao que dizem ser as suas memórias de vidas passadas. De acordo com o modo cético de ver esta questão, as crianças que têm memórias de vidas passadas têm relações conflituosas com a família, vive em isolamento social dos seus parentes e pares, são altamente sugestionáveis, procurando atenção e levando vidas fantasiosas ricas, nenhum deste tipo de comportamento sobressai dos estudos de Haraldsson, Mills e Tucker.
O diretor de curso apareceu e gritou, uma salva de palmas para os investigadorres James G. Matlock e Erlendur Haraldsson. Levantamo-nos e ficamos de pé a aplaudir, um pequeno passo para o homem e um grande passo para a Humidade…