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Cooperativa quer sair do sufoco aumentando passagem do ônibus

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Motoristas, despachantes, cobradores, entre outros trabalhadores e operadores de cooperativas do transporte coletivo do DF, lotaram o auditório da Câmara Legislativa nesta segunda 9 para reivindicar reajuste nas tarifas de transporte. Segundo o representante da associação das cooperativas, Wagner Pereira Silva, faz quase sete anos que as tarifas estão congeladas, enquanto houve “aumento de combustível, insumo e salários”.

A crise financeira das cooperativas foi agravada, de acordo com Wagner, pela falta de repasse da verba relativa aos passes estudantis e isentos, como idosos e deficientes. O montante da dívida do GDF para com as cooperativas pode chegar a R$ 12 milhões, de acordo com o vice-presidente da associação, Marcos Alves.

Os cooperados são responsáveis por cerca de quinhentos ônibus que atuam na área urbana e rural. Eles reivindicaram também fiscalização contra o transporte pirata, bem como salários equivalentes aos trabalhadores de grandes empresas, como Pioneira e São José.

O deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), autor do ato público, disse que os problemas envolvendo as cooperativas de transporte coletivo urbano e rural “se avolumaram ao longo do tempo no DF”. Para Ribeiro, a responsabilidade do legislativo local é buscar soluções efetivas para a questão, que atinge tanto os trabalhadores de transporte como a população usuária desse serviço.

A presidente da Casa, deputada Celina Leão (PDT), lembrou que as cooperativas do DF são microempresas familiares e defendeu a garantia dos direitos desses trabalhadores. “Existe um processo de sucateamento das cooperativas que privilegia as grandes empresas”, disse.

O deputado Chico Vigilante (PT) se disse favorável ao modelo do cooperativismo e contrário “ao fortalecimento do cartel dos transportes”. Para Vigilante, embora o problema seja de difícil solução, “precisamos devolver a tranquilidade tanto aos trabalhadores como para os operadores de cooperativas, hoje endividados”. O deputado Renato Andrade (PR) disse contar com a “sensibilidade do governador Rollemberg” para resolver a crise, que também envolve transporte pirata.

O subsecretário de Auditoria e Controle, Fernando Luís Pires, garantiu que o GDF pretende aumentar as operações de combate à pirataria, que atualmente são feitas entre duas a três por semana, para ações conjuntas diárias.

O secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé, argumentou que a atual situação foi herdada, e não causada, pelo atual governo. Ele explicou que há um grupo de trabalho incumbido de avaliar os contratos que envolvem as cooperativas. Ele garantiu que um “diagnóstico técnico” sobre esses contratos estará concluído até o final deste mês.

Tomé reconheceu que o GDF tem dívidas com as cooperativas, mas também lembrou aos cooperados que a renovação das frotas deverá ter início em dezembro deste ano. Vários representantes de cooperativas alegaram que estão endividados devido ao congelamento de tarifas e a falta de repasse de verbas, e enquanto esses problemas não forem resolvidos eles não têm condições de investir na renovação da frota.

Tomé disse que, a partir da avaliação técnica, o governo vai “propor mudanças para melhorar a eficiência do sistema de transporte e a margem de lucro das empresas e das cooperativas”.

Franci Moraes
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