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Ele e ela

Coquetel, ‘energético’, fuck you, CIA, e aulas de etiqueta com a Melania

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Autor/Imagem:
Ka Ferriche - Foto Editoria de Artes/IA

Entenda o caso. Enquanto a finíssima primeira-dama oferecia um coquetel aos visitantes estrangeiros na COP30, ao qual ninguém compareceu, em Brasília era discutido o projeto de lei 2428/25. Em Belém, no salão vazio de gente e repleto de iguarias estranhas, a esposa do cidadão que detesta policiais e seus familiares, procurava saber a quem distribuir a comida fria desperdiçada nas mesas. Na Câmara dos Deputados, o relator da proposta, deputado e delegado Paulo Bilynskyj, viu a Comissão de Segurança Pública aprovar o PL que equipara ao terrorismo os crimes de facções que dominam territórios, intimidam e extorquem a população, controlam o comércio e os serviços e cobram taxas de proteção.

O tráfico de drogas e armas é uma mera distração nos territórios tomados. Imediatamente os agentes vermelhos infiltrados no legislativo saíram em combate ao projeto de lei, mas as razões só podem ser entendidas pelos observadores mais atentos. O patrão da bagaça, que odeia o Bope, e sua ministra mais bonita do planeta, endossaram o bloco estrelado do contra.

Não querem nem ouvir falar de uma lei que vai fragilizar a segurança e a impunidade dos narcotraficantes. Não, nada disso foi combinado com eles. Nem o longo período em que as forças policiais ficaram proibidas pelo STF de subir os morros, quando os inocentes bandidos abasteceram seus arsenais com metralhadoras, fuzis, bazucas, drones, granadas, ponto 50, uniformes de guerra, sem o menor incômodo. Foi também a chance de expandir e anexar novos territórios no combalido Rio de Janeiro.

Dizem os mesmos observadores que, ao equiparar os narcotraficantes a terroristas, as ações de forças internacionais de segurança passam a caçar esses criminosos em qualquer lugar. Com ou sem acordos, países como os EUA entram em cena. Assim foi com o México, Colômbia, agora o Paraguai. E assim foram para o saco vários narcoterroristas, entre eles, Pablo Escobar e El Chapo, preso e extraditado. Mas o Brasil, lugar iluminado pelas balas traçantes dos criminosos, que são vítimas dos usuários, segundo definição psicossocial do poeta de Garanhuns, não deve reprimir nem acabar com a ocupação territorial onde são hasteadas as bandeiras do PCC e do Comando Vermelho.

Vermelho? Ah, então tá… Se alguma afinidade existe entre aqueles que matam policiais e aqueles que defendem a brutalidade de suas ações nos plenários da Câmara e do Senado, ninguém sabe. Pode ser que esses parlamentares encarnados sejam apenas vítimas também. Dos eleitores, possivelmente. Eles não demonstram nenhum constrangimento ao repudiar o PL aprovado, de autoria do deputado Capitão Alden. Votam a favor das facções. Sugerem os especialistas que seja convocado o IBGE para providenciar novos mapas com as poligonais das narco-nações, com suas bandeiras, moedas (haxixe, cocaína, LSD… depende do câmbio do dia) e até hinos compostos por MCs, recheados de apologia ao crime.

A queridinha Rússia anexou a Crimeia e agora vai levar mais um bom pedaço da Ucrânia. Que mal tem nisso? O Rio de Janeiro está de braços abertos aos narcodirigentes das comunidades, onde o PIB é concentrado e os moradores são mudos. Achar que parte da movimentação financeira ilegal de bilhões de reais é transferida para políticos, só pode ser pura calúnia da oposição verde-amarela.

Uma vez aprovado em plenário, certamente terá que ser derrubado o veto, tido como certo, daquele que está hospedado no Palácio da Alvorada, eventualmente, quando não está voando, sempre com uma semana de atraso, em perseguição da sua cumpanhera predileta. Eles terão uma DR por conta do fracasso do coquetel em Belém, desprezado pelos membros e autoridades de todo o mundo, presentes na COP30.

– Você voltou a dizer fuck you pra alguém?

– Não, meu bem, nunca mais. Eu só digo gud morni, gud naite, gud… sei lá…

– E esse coquetel de merda? Fiquei lá meia hora, como um idiota, não apareceu ninguém.

– Vai ver o Waze foi sabotado pelo Elon Musk e eles foram levados pra outro lugar. Só pra te sacanear.

– Você precisa ter modos. Agora que sou amigão do Trump, conversa com a bonitona da mulher dele, pega umas dicas de etiqueta. Com a Dilma você só vai aprender a coçar a virilha e cuspir no chão.

– A Melania, você acha que ela é bonitona. Mas e a Gleisi, não era a mulher mais bonita do planeta?

– Sim, é que no sertão o padrão é outro, um pouco mais grosseiro. Acho que é por causa daquele nariz de Pinóquio que ela tem e empina quando fala…

– Mentiroso. Vocês dois, hein… sei não…

– Deixe disso, não tem graça nenhuma. Cadê meu energético? Quero esquecer esse coquetel. E ainda tem um projeto de lei aprovado na comissão da Câmara que pode colocar a CIA no nosso quintal para perseguir a galera nas comunidades.

– Fuck you, CIA! Desculpe, foi sem querer, meu bem. Você quer aquela envelhecida, doze anos?

– Nunca mais diga essa palavra, envelhecer, me lembra o Joe Biden. Fico apavorado!

– Ele é muito mais velho, relaxe. Quer natural ou gelada? Dose dupla?

– Dois anos mais velho, isso é muito? Gelada…dose dupla.

– Já vi que hoje você está animadinho… aproveita que agora vou ficar uma semana em Bogotá até você chegar.

– E eu ainda tenho que conviver com essa gastança… Fuck you, Brasil!

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Ka Ferriche, jornalista, marqueteiro e publicitário. É  um ideólogo de livre pensamento que desagrada a gregos mas é aplaudido pelos troianos. Por isso, prefere a Helena.

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