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Cresce número de mulheres vítimas de agressão na Baixada Fluminense. Denuncie!

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Foram 15 anos de agressões físicas até que a dona de casa X., de 45 anos, moradora do bairro Km 32, em Nova Iguaçu, criou coragem para denunciar o companheiro, na última segunda-feira:

— Não registrei antes porque fui ameaçada por ele. Levava socos, chutes e ele me jogava objetos. Estou separada há quatro meses, mas, quando ele bebe, me agride.

Desde então, X. passou a integrar uma estatística de violência contra mulheres do Hospital da Posse. Entre janeiro e fevereiro, a unidade já atendeu 144 vítimas das mais variadas formas de agressão. Só em 2015, foram 425 vítimas de violência física, representando o segundo maior atendimento na Posse, ficando atrás apenas das pacientes que se acidentaram no trânsito.

Já as vítimas de violência sexual neste ano — entre janeiro e fevereiro — correspondem a 33% das entradas na unidade em 2015. Foram 118 mulheres ano passado e 39 nos dois primeiros meses deste ano.

A assistente administrativo X., de 24, também integra este grupo. Ela foi violentada em agosto, ao deixar uma boate em Nova Iguaçu.

— Ele veio puxando conversa normalmente e, de repente, enfiou a mão na minha boca e travou meu maxilar, me impedindo de gritar. Depois, me levou para um terreno baldio. Tirou minha roupa toda, tentou me enforcar, me bateu… num descuido dele, consegui fugir — contou X., que registrou o caso na 52ª DP.

Mas os números da violência sexual podem ser maiores. Segundo o diretor do Hospital da Posse, Joé Sestello, em alguns casos a mulher não revela a agressão:

— Quando a violência sexual vem somada à violência física, se trata de um transtorno muito grande. A vítima fica constrangida de falar, de explicar o que acontece, tem medo de sofrer represália.

Segundo Elaine Pires, coordenadora do Centro de Assistência Multiprofissional à Violência Sexual (Camvis) , que funciona dentro do hospital, há vítimas de todos os perfis:

— Em mais de 95% dos casos são as mulheres que procuram atendimento. Mas recebemos também crianças e adolescentes, que sofrem abuso crônico, e que não entram pela emergência. A maioria das pessoas imagina que o perfil de quem sofre violência é jovem. Não existe perfil de vítima de violência. Qualquer pessoa pode ser.

Segundo dados do Camvis, a principal faixa etária afetada é a adolescência (45,1%), com média de idade de 14,9 anos. As crianças representam 15,8% do grupo. A maior parte das vítimas chega à unidade encaminhada por delegacias e conselhos tutelares, mas a ocorrência policial não é necessária para o atendimento.

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