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Só tem bandido

Daher, o hospital chic, comandava máfia das próteses

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A 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) e a Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida), em conjunto com a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), realizaram, nesta quinta-feira, 6, a segunda fase da Operação Mr. Hyde. Foram cumpridos cinco mandados de condução coercitiva, duas pessoas ainda não foram localizadas, e de busca e apreensão. Mais de 20 policiais civis e 11 promotores de Justiça participam da operação.

A segunda fase da operação foi antecipada porque chegou ao conhecimento do Ministério Público de que estaria ocorrendo destruição de provas, inclusive formatação de computadores no Hospital Daher. As investigações indicam que, nesse hospital, o proprietário atuava no direcionamento dos pagamentos que envolviam órteses e próteses (OPMEs).

“As primeiras escutas telefônicas já levantavam suspeitas contra o Hospital Daher. Um dos médicos investigados na primeira fase havia dito que gostava de operar nesses dois hospitais porque recebia dobrado (Daher e Home). Os médicos envolvidos na Máfia das Prósteses, além dos honorários, recebiam dos hospitais de 3 a 7% e mais quase 30% da distribuidora ATM Medical”, explicou o promotor de Justiça Maurício Miranda, em entrevista coletiva realizada nesta manhã, na Sede do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

Foram conduzidos coercitivamente a prestar depoimento à polícia a chefe do departamento financeiro do Hospital Daher, Wirliane Pires da Silva; o médico responsável técnico, José Wilson do Bonfim Lopes; a funcionária do departamento financeiro Patrícia Bezerra Mendes; o diretor comercial, Marco Aurélio Silva Costa; e a superintendente do hospital, Maria de Lourdes da Silva Pinto. Ainda não foram localizados o dono do Daher, médico José Carlos Daher, e ex-funcionária da unidade Ana Maria Monteiro Machado.

Segundo o promotor de Justiça Luis Henrique Ishihara, são investigados supostos crimes cometidos por empresários, hospitais e médicos que buscavam obter ganhos ilícitos ao realizar procedimentos médicos desnecessários, colocando em risco a vida de pacientes. O Ministério Público tem conhecimento de mais de cem vítimas.“Há indícios da existência de organização criminosa que buscava fraudar procedimentos médicos, com a indicação de cirurgias e equipamentos desnecessários, a colocação de órteses e próteses de qualidade inferior ou com data de validade vencida e preços superfaturados. Também há indícios de recebimento de propinas por parte de médicos e de lavagem de dinheiro”, disse Ishihara.

Para o promotor de Justiça Maurício Miranda, a situação é de assustar. “Escutas telefônicas têm demonstrado que eram adotados procedimentos altamente agressivos, inclusive não recomendados. Os custos das cirurgias eram majorados de 400 a 1000%. Planos de saúde de autogestão correm o risco de desaparecer por conta dessas fraudes”, acrescentou.

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