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Futuro do trabalho

De desempregado a empreendedor virtual, jovem nordestino se vira

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Acssa Maria, Edição - Foto Divulgação/ABr

O fenômeno não está restrito ao ‘Sul Maravilha’ ou ao Sudeste brasileiro. Também o Nordeste, com o avanço da tecnologia e a popularização da internet, o mercado de trabalho tem passado por profundas transformações. Para muitos jovens, o desemprego deixou de ser um obstáculo e se tornou o ponto de partida para uma nova jornada: a do empreendedorismo digital.

Com altos índices de desemprego entre os jovens — que segundo dados do IBGE chegaram a cerca de 20% em alguns momentos da última década — muitos se viram obrigados a buscar alternativas fora do modelo tradicional de trabalho.

É nesse contexto que surgem histórias como a de Amanda Souza, de 24 anos. Depois de ser demitida de um emprego em telemarketing durante a pandemia, Amanda criou um perfil no Instagram para vender artesanato. Hoje, tem mais de 50 mil seguidores e fatura cerca de R$ 8 mil por mês.

“No começo foi por necessidade. Eu não tinha dinheiro nem para o ônibus. Com o celular na mão, comecei a mostrar meus produtos e, quando vi, já tinha virado um negócio”, conta Amanda.

Ela faz parte de um movimento crescente: o de jovens que usam redes sociais, plataformas de e-commerce, marketing digital e cursos online para construir sua própria fonte de renda. De infoprodutos a dropshipping, passando pela criação de conteúdo, os caminhos são muitos — e, muitas vezes, autodidatas.

Segundo especialistas, a geração Z, nascida já em um mundo conectado, tem mais facilidade para lidar com ferramentas digitais e criar modelos de negócio inovadores. “Essa geração não só domina a tecnologia, como também busca mais autonomia e propósito. Por isso, o empreendedorismo digital tem tanto apelo”, explica Carla Ribeiro, consultora em inovação e trabalho.

Além disso, o acesso a ferramentas gratuitas e a plataformas como YouTube, TikTok, Canva e Shopify permite que um jovem com criatividade e acesso à internet possa iniciar um negócio com baixo investimento.

Apesar das oportunidades, nem todos têm as mesmas condições para empreender. A chamada “desigualdade digital” ainda afasta muitos jovens que não possuem acesso de qualidade à internet, equipamentos adequados ou formação básica.

Organizações como ONGs e iniciativas de capacitação têm tentado preencher essa lacuna. Programas como o “Jovem Digital” e o “Favela Digital” oferecem cursos gratuitos em marketing, design, programação e gestão financeira.

A transformação do mercado não é apenas uma tendência — é uma realidade. Empreender online deixou de ser exceção para se tornar um dos caminhos mais viáveis para uma geração em busca de renda, liberdade e significado no que faz.

“Não é só sobre ganhar dinheiro. É sobre poder criar algo meu, com meu tempo, meu jeito, minha história”, resume Lucas Oliveira, 21 anos, que hoje vive da criação de conteúdo no TikTok e já fechou parcerias com marcas conhecidas.

O futuro do trabalho, para muitos jovens, já chegou — e ele é digital, autônomo e, acima de tudo, conectado com a realidade de quem ousou transformar a crise em oportunidade.

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