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Os mosqueteiros

Debate na Band indica acordo para desfazer imagem de Ibaneis

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Autor/Imagem:
Pretta Abreu - Foto Reprodução

Há um pacto entre os candidatos de oposição para desconstruir a imagem de Ibaneis Rocha (MDB), que tentará, em outubro, seu segundo mandato à frente do Palácio do Buriti. Com o governador fora do páreo num eventual segundo turno, as farpas serão trocadas entre dois dos que estiveram presentes no primeiro debate promovido na noite deste domingo, 7, pela Band Brasília. Todos erraram – o que é normal num primeiro tête-à-tête para discutir propostas -, mas também houve acertos.

O mais agressivo foi Leandro Grass, da Federação PT-PV-PCdoB. O distrital perguntou por que cargas d’água o governador, usando dinheiro do famigerado orçamento secreto, desviou 7 milhões de reais para uma região no Piauí, onde Ibaneis tem propriedades rurais. O correto, disse Leandro, seria investir esse dinheiro em saúde, educação, habitação e segurança, áreas que mais afligem o brasiliense. Ibaneis foi evasivo na resposta, lembrando que ss recursos (do orçamento secreto) são da União e o Piauí é uma unidade federativa.

O governador disse o que não devia sobre o empresário Paulo Octavio (PSD), supostamente seu maior tomador de votos, por trilharem num mesmo reduto eleitoral. Perguntou Ibaneis se seu opositor, em caso de sagrar-se vitorioso nas urnas, destinaria verbas públicas de propaganda para seus veículos de comunicação. P.O., dono da TV Brasília, da GPS e de duas ou três emissoras de rádio, respondeu com um sonoro não.

O candidato não precisava responder assim. Até porque, recebe hoje PI’s (pedidos de inserção) de publicidade oficial. Portanto, não seria incomum se, em caso de sagrar-se vitorioso, mantivesse proporcionalmente o dinheiro que o Buriti despeja nas suas empresas. Até porque – e P.O. foi mal assessorado nesse quesito -, o governo investe fortunas em sites e blogs verdadeiramente alinhados ao Buriti, como é o caso do Metrópoles, de propriedade do ex-senador Luiz Estevão, que passou uma temporada preso por corrupção; e a um conglomerado de blogueiros que publicam fotos do governador almoçando com garis em plena campanha pré-eleitoral.

Mas Paulo Octávio poderia ter dito também que o mesmo Ibaneis, via BRB, está salvando o Correio Brazilinse, alvo de uma malfadada operação que pode deixar nas mãos de Luiz Estevão, via operações complexas envolvendo 75 milhões de reais, a sede do mais antigo e prestigiado jornal da capital da República. Contudo, como é u gentleman, Paulo Octávio preferiu falar de propostas completas, como construir, em parceria com o vizinho Estado de Goiás, hospitais no entorno do Distrito Federal para desafogar o caótico quadro de saúde de Brasília.

Outros candidatos presentes ao debate, como Leila, Keka e Izalci, foram meros figurantes. Sem gosto, como chuchu no bafo sem sal, ou mudam o cardápio do repertório ou nem presença marcarão nas urnas. Uma presença foi sentida, e elogiado pela maioria: o senador Antônio Reguffe, que, traído pelo UB, ficou fora da disputa. Se entrar na campanha de alguém, ele, sim, será o fiel da balança. E a turma da desconstrução da imagem e Ibaneis ganhará, supostamente, um forte aliado.

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