A descoberta
Debulhando o trigo, Milton compõe com a própria alma
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Só há poucos anos eu comecei a ouvir Milton Nascimento com regularidade. É claro que eu sempre soube quem ele é. Afinal, estamos falando de um dos maiores nomes da música brasileira, uma figura incontornável da nossa cultura. Mas saber da existência e da importância de um artista é muito diferente de se permitir mergulhar em sua obra, com atenção e constância. Esse mergulho eu só iniciei recentemente.
E foi uma descoberta arrebatadora. Eu preciso dizer o quanto ele é genial, o quanto ele é especial. A cada canção, há uma sensibilidade que transborda, uma força que emociona, um canto que parece vir de dentro da alma. Milton tem a capacidade de traduzir sentimentos universais em melodia, de dar voz ao que muitas vezes a gente nem sabe nomear.
Percebi que ouvir Milton não é apenas escutar música, é experimentar uma forma de beleza e profundidade que nos coloca em contato com algo maior. É uma experiência que nos envolve, nos atravessa, e fica ressoando muito depois da última nota.
Por isso, se você nunca parou para analisar suas canções com calma, não demore a fazer isso. Não é exagero: deixar-se levar pela obra de Milton é um presente que a gente se dá. E eu me sinto imensamente grata por ter aberto esse espaço na minha vida, ainda que um pouco tarde.