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Pule de dez

Decisão final do STF deverá decretar game over para Bolsonaro

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*Mathuzalém Júnior - Foto Reprodução/ABr

Embora não haja hipótese de liquidação, isto é, da contagem final de votos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro passar de pule de dez para parcos sinais de fumaça, as apostas ainda estão em aberto. E devem ficar pelo menos até esta quarta-feira (26), quando o presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, anunciar o veredicto final, expressão que, ao contrário do que alguns imaginam, não é redundante. Enfim, excluídas todas as preliminares, apesar de inconcluso, o mundo inteiro e até as paredes do tribunal conhecem o desfecho do julgamento envolvendo Bolsonaro e mais sete aliados.

O resultado ainda não foi fixado no poste, mas tantas ele fez, que dificilmente a apuração não terá o desenlace esperado pela maioria da sociedade brasileira. Na verdade, tantas eles fizeram. Por isso, tudo indica que será tigre na cabeça, galo sem crista, pavão a um passo da gaiola, cavalo no cercadinho, jacaré de volta ao pântano e cobras na jaula. Os perus de fora deram peruada, mas as águias, como touros indomáveis, mostraram aos encolhidos leões que nem todo gato tem sete vidas. Resumindo, a ex-tropa de elite do bolsonarismo desenraizado deverá virar ré e por decisão unânime. Nem os aliados mais encorpados acreditam mais em reversão.

Como antecipei, daqui para acolá é só mais alguns passos e somente uma questão de tempo. Aliás, é assim a lei quando a vida se transforma em jogo: a única saída é vencer. Bolsonaro e mais sete pessoas envolvidas na trama golpista que culminou com o quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023 perderam e agora resta aguardar o toque final do martelo já levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, o xerife Xandão odiado por bolsonaristas sem causa, por parlamentares sem discurso, por ex-magistrados sem toga, por militares sem farda e até por trumpistas sem acesso ao Donald, chefe imediato do bilionário doidão Elon Musk.

Como diziam aqueles doidos comuns a qualquer cidade do interior, o tempo é o senhor da razão. Com minhas doidices crônicas, vou além e digo que, no jogo político, ou se aprende as regras do jogo ou então é fundamental que se jogue melhor do que todos, sob pena de perder antes mesmo da primeira trapaça. A tendência de quem joga errado é ficar para sempre no ostracismo ou ser esquecido no game over. Jair Messias errou feio ao forçar a barra no desrespeito à escolha daqueles que não o escolheram. No fim e ao cabo, terá de assistir à próxima disputa presidencial à meia luz e das frestas da portinha com tramela externa que trancará sua futura residência.

Quanto ao bolsonarismo, a conta chegou rápido. A novela presidencial hoje tem um roteiro adaptado à realidade do país. Em outras palavras, não há mais chance de inclusão de um vilão sem argumentos na reta final do folhetim. Sem dar o braço a torcer, a maioria dos “patriotas” sem rumo deverá seguir até o fim da vida terrena com o pote até aqui de mágoa contra os brasileiros que morrerão defendendo a democracia. A diferença entre eles é que uns só pensam em destruir, enquanto os outros apostam naqueles que desejam construir. A sorte dos democratas é que eles não são feitos do que os outros pensam.

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*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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