Reciprocidade
Depois da Magnitsky, Xandão deve aplicar a Jair Lei Xilindrovsky
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Está escrito em qualquer almanaque de medicina que, contra a intolerância, o ódio e a tirania, não existem argumentos. Além da cautela, do muxoxo e do caldo morno de galinha, o melhor remédio para esses tipos cancerígenos é o tempo, também conhecido como o senhor da razão. Foi o que fez o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes durante toda a silenciosa investigação do fracassado golpe proposto, articulado e financiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados do cais do porto.
Mais do que ser achincalhado como cidadão e apupado com autoridade máxima do Poder Judiciário, Moraes sofreu ameaças internas, externas e sanções públicas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também conhecido como o laranjão sem suco. Apanhou, sofreu e não reagiu. Mesmo que os bolsonaristas lhe dirigissem somente discursos, o ministro, do alto de sua sabedoria, preferia entender os rompantes como liberdade de expressão.
É a mesma liberdade que, caso queira, ele poderá usar entre hoje (02) e o próximo dia 12, data final para o julgamento de Bolsonaro como réu em uma sequência de crimes, entre eles o de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O ex-presidente e todo o seu entorno negam que estiveram com a boca na botija. Caros confrades da maldade, chega de tentar dissimular e disfarçar o que não dá mais para ocultar. Na verdade, nunca deu.
Resta, portanto, chorar o leite derramado e entender que o brilho no olhar traidor de Jair Bolsonaro foi o que o entregou de bandeja à Polícia Federal. Não adianta mais sofrer, chorar, se descabelar e se desvirginar durante a madrugada. O povo que não se rendeu aos encantos ameaçadores e mentirosos do mito está em paz e, feito louco e alucinado como criança, pronto para gritar: “Explode coração”.
Sobre Alexandre de Moraes tenho pouco a dizer. Entretanto, devo lembrar que, assim como há o dia da caça, há o do caçador. Depois de sofrer punições com base na Lei Magnitsky, entre elas bloqueio de bens e contas nos EUA, o que ele não tem, o ministro deve recorrer ao direito internacional de reciprocidade e, após a confirmação da condenação do ex-presidente, enviar ao laranjão sem suco Donald Trump a informação de que acaba de aplicar em Jair Bolsonaro a Lei Xilindrovsky. E sem apelação.
