Direita de costas
Derrite, Motta e Tarcísio não querem PF investigando o crime organizado
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Mais um escândalo se aproxima.
Guilherme Derrite deixou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para reassumir o cargo de deputado federal. E adivinhem! Vai relatar o Projeto de Lei Antifacção. O mesmo Derrite, ex-secretário do governo Tarcísio de Freitas, agora volta ao Congresso com uma missão que, no mínimo, desperta desconfiança.
Parece brincadeira, mas não é. Derrite, Hugo Motta e aparentemente o próprio Tarcísio querem tirar da Polícia Federal o poder de investigar o crime organizado, entregando essa responsabilidade às polícias estaduais. É inacreditável.
Recentemente, a Polícia Federal, em conjunto com outros órgãos, conduziu a Operação Carbono Oculto, um exemplo de eficiência e inteligência: desarticulou redes criminosas sem disparar um tiro sequer. Um contraste gritante com as operações desastrosas que vimos no Rio, onde a tática da bala parece valer mais do que o planejamento.
Então, a pergunta que não quer calar é: por que tamanha pressa em enfraquecer a PF?
Não é difícil imaginar o que pode estar por trás disso. Quando o poder investigativo da PF incomoda políticos, o movimento é sempre o mesmo: tentar domesticá-la. Tentam transformar um órgão que serve ao Estado em um instrumento a serviço de governos.
Eu olho para esses movimentos e vejo mais que coincidências: vejo uma tentativa calculada de controlar em quem tem a prerrogativa de investigar os poderosos. Mais um escândalo se desenha no horizonte, e o crime organizado parece ter bons amigos em lugares estratégicos.