Fica comigo
Desvanecer na Luz do Teu Eclipse
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Você me disse que ninguém se desfaz por amor,
mas no silêncio da tua partida,
meu universo colapsou em constelações partidas,
e nesta noite,
sem estrelas,
meu corpo pulsa em brasas,
um incêndio lento
que tua ausência não consegue apagar.
Desvanecer na luz do teu eclipse
parece um sopro,
uma promessa sem raiz,
que pesa como o tempo não vivido.
Afinal,
você nunca me enxergou com olhos de alvorada,
e eu,
uma viajante de sonhos,
ainda me perco em corredores de lembranças
e juramentos suspensos.
Talvez amanhã você derrame
uma lágrima sobre o mármore do esquecimento,
com pétalas nas mãos,
um gesto tardio que nunca floresceu.
Flores são para os instantes vivos,
não para os ecos que já se calaram.
Penso no amor
que poderia ter sido aurora e foi apenas crepúsculo,
nos mil “fica comigo”
que nunca encontraram som,
mas será tarde demais para você,
porque naquela noite,
eu me dissolvo na luz que um dia foi tua.
Eu,
agora feita de silêncio,
continuarei orbitando tua memória,
nos risos que ecoaram,
nos dias que eram sol e viraram sombra,
e em cada pulsar do tempo
que não voltará a ser meu.