As outras mães
Dia de cantar para Flores de Liz, como faz Djavan, com Maria, mas sem Margarida
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Neste Dia das Mães, quero fazer silêncio por um instante. Silêncio de reverência, de acolhimento, de respeito profundo. Quero homenagear as mães cujos filhos já partiram.
As que carregaram uma vida no ventre por dias, semanas ou meses — e que, mesmo sem ter embalado o corpo inteiro do filho nos braços, já o tinham envolvido por completo no amor.
As que perderam seus bebês tão cedo, que o mundo mal teve tempo de conhecê-los, mas elas já sabiam de cor o nome, o cheiro, os sonhos.
As que viram a vida escapar por entre os dedos antes mesmo de aprender a falar “mamãe”, e, ainda assim, escutam essa palavra todas as noites dentro do peito.
Penso nessas mães que têm um colo que não foi ocupado por tempo suficiente.
Que não puderam ver os filhos crescerem, descobrirem o mundo, fazerem birra, formatura, casamento.
Mães que caminham com uma ausência que ninguém vê, mas que pesa, lateja, sussurra lembranças que não aconteceram.
Hoje, a elas, eu ofereço flores que não murcham, abraços que não invadem, e o reconhecimento: Vocês são mães inteiras. Mães de eternidade. Mães que ensinaram ao mundo que amor de mãe não tem prazo, não depende de presença, nem de tempo. Amor de mãe é semente que floresce mesmo na dor.
Neste Dia das Mães, meu coração se curva diante de vocês. E, em silêncio, diz: eu vejo. Eu sinto. Eu lembro.