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Balelas sociais

Direita promove orgia nos bastidores contra quem faz bem pelo Brasil

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Autor/Imagem:
Armando Cardoso* - Foto de Arquivo/ABr

Desde meus primórdios como eleitor, sempre prezei pela liberdade partidária. Ou seja, circulo com naturalidade e sem seguir mantras da esquerda e da direita. Os extremos para lá ou para cá não fazem parte das esquinas que frequento. Jamais me emprenhei por rostos bonitinhos, discursos bem redigidos ou propostas compiladas e copiadas de alguém.

Voto em ideias, projetos, independentemente da legenda que os apresentem. Meu objetivo maior é o progresso nacional, o crescimento econômico do país e, prioritariamente, a defesa da democracia.

Portanto, venha de onde vier, meu candidato precisa mostrar que é sério. Ele tem de somar e governar para todos, ainda que o todo insista em dividir. É essa divisão que gera o pior dos cenários para qualquer nação em desenvolvimento. O resultado é a chatice que vivemos.

Se há pecados na esquerda, eles devem ter ficado no baú fechado pela ditadura em março de 1964. Desde então, que mal os progressistas causaram ao povo brasileiro para que a direita se sinta na obrigação de tomar o poder para, como dizem, passar o país a limpo?

Até onde a gente sabe, depois do último general, em 1985, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso duas vezes, Luiz Inácio outras duas vezes, Dilma Rousseff, Michel Temer e novamente Lula podem não ter sido os melhores presidentes – e não foram -, mas sempre respeitaram as instituições, nunca se acharam autossuficientes e se mantiveram firmes dentro das quatro linhas. Voluntária ou involuntariamente, os que saíram foram devidamente punidos. Collor e Dilma, por exemplo, pagaram caro pela arrogância ou pela ingenuidade.

Dizer que Lula, Dilma e seus simpatizantes são comunistas é uma balela, na medida em que no Brasil e no mundo o comunismo não merece mais nem citação ou verbete. Interessante é que os acusadores pensam comunismo como um sistema de ideias igualitárias, ausência de classes e propriedade comum dos meios de produção. Não é no meu Brasil que isso ocorre.

Quando FHC, Lula ou Dilma propuseram a tomada do que é dos outros? Quando foi que o capital perdeu fôlego no Brasil, em detrimento do sufoco do povo? Quando foi que a elite se viu preocupada com o crescimento da classe média, segmento que segura a peteca nacional?

Igualdade? Não é no meu Brasil, no qual os ricos não dividem nem o câncer, tampouco o asfalto, onde vivem os consumidores endinheirados das drogas negociadas pela “gentalha” do morro. Sem eles, provavelmente o traficante não teria o peso social que tem.

Tenho dificuldades para alcançar o tamanho do paiol em poder da esquerda para causar tanto medo à direita fidalga e nobiliárquica. O inverso é verdadeiro. Em público ou nos bastidores da opulência, a orgia dos conservadores nobres não se limita aos acertos ortodoxos e criminosos para derrubar quem faz bem ao país.

Após baforadas e etceteras variadas, a ordem convergente é estimular a miséria, a deterioração nacional e a disseminação de mentiras contra os bons. Esses são os combustíveis básicos para a manutenção da aristocracia no comando da massa.

Pouco produzem para amenizar as desigualdades sociais, mas geram o que podem para aumentar as mazelas e as dores daqueles que, agora, querem transformar em algozes. E tentam com argumentos tão vazios como são suas mentes. São ricos, poderosos e absolutamente pobres de caráter. Pior é que na plenitude do século XXI, ainda se acham donos de uma pátria pela qual nunca fizeram nada.

*Armando Cardoso é presidente do Conselho Editorial de Notibras

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