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Assunto difícil... e necessário

Direito ao aborto é sinônimo de vida digna para as mulheres

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Autor/Imagem:
@donairene13 - Foto de Arquivo

Hoje quero falar sobre um assunto difícil, porém necessário.

Eu sou a favor do direito ao aborto em qualquer situação. Porque acredito, com firmeza e seriedade, que ninguém além da própria mulher pode decidir se ela deve ou não levar adiante uma gestação. A maternidade deve ser uma escolha — nunca uma punição, uma imposição, ou um castigo moral disfarçado de proteção à vida.

Se você é a favor do aborto só em casos de estupro, risco de vida materna ou má-formação fetal, então você não é realmente a favor do aborto — você apenas quer escolher quem pode abortar. Quer decidir quais dores são válidas, quais vidas têm direito à autonomia, quais histórias merecem compaixão. E essa seletividade, por mais bem-intencionada que pareça, é apenas uma forma de controle.

A verdade é que nenhuma mulher deve ser obrigada a justificar seu corpo. Nenhuma deve ser empurrada para o abismo da clandestinidade, da culpa, do medo, por uma sociedade que insiste em tutelar nossas decisões como se fôssemos incapazes de saber o que é melhor para nós. A criminalização do aborto não impede que ele aconteça — apenas faz com que aconteça de forma insegura, cruel, injusta.

Ser a favor do aborto não significa ser a favor do fim da vida. Significa ser a favor da vida digna das mulheres. Significa confiar que cada uma sabe, com sua consciência e suas circunstâncias, o que pode ou não suportar. Significa não usar a lei como instrumento de coerção moral, mas como ferramenta de garantia de direitos.

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