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Até um dia, rapaz

Dona Morte aproveita Céu nublado para levar Pestana

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José Seabra - Foto Malu Oliveira

Condolências. É isso que Notibras presta nesta segunda-feira, 11, ao governador Ibaneis Rocha e ao secretário de Comunicação Welinton Moraes, pela perda traiçoeira, sem motivo, sem sentido, do amigo comum Paulo Pestana. O choque da notícia da sua morte nublou-me os olhos. Assim, foi-me dito, amanheceu o dia em Brasília, contrastando com o azul-anil que se perde no horizonte do litoral nordestino.

Pestana nos deixou na penumbra das horas, onde o tempo se dissipa em sombras e suspiros. É quando Madame Morte pede passagem, vem como uma visita indesejada, mas uma inevitável companheira de jornada. Ela não chega abrupta, como um estrondo súbito, mas desliza suavemente pelos corredores da existência, deixando sua marca discreta, porém profunda.

Foi na quietude da madrugada que Paulo Pestana encontrou-se face a face com a inevitabilidade da finitude. Meus pensamentos agora vagueiam por entre os cantos mais escuros da alma, refletindo sobre a efemeridade da vida e a certeza inescapável do ir-se da vida terrena. Cada batida do coração parece-me ecoar o tic-tac inexorável do relógio, contando os segundos até o derradeiro suspiro que temos como destino.

A morte, meus caros Ibaneis e Baiano, não é apenas o fim; é também um portal para o desconhecido. Uma passagem para além das fronteiras da compreensão humana, onde mistérios aguardam para serem desvendados. É o grande enigma que permeia a existência, despertando temores e curiosidades, incitando reflexões sobre o propósito da vida e o legado que deixamos para trás. E o legado de Pestana, todos sabemos, é indestrutível.

Nas páginas do tempo, a morte inscreve seu nome em letras indeléveis, marcando a estrada de cada ser que atravessa o palco da vida. Ela não faz distinção de idade, classe social ou status; sua lâmina afiada corta através de todas as barreiras, lembrando-nos da fragilidade da condição humana. Mas, pergunto-me, por que levar Pestana agora?

Aqui, cerrei as cortinas para refugiar-me dos raios do Sol. Mas descubro que mesmo na sombra da morte, há luz. Há a memória de Pestana; há o seu amor e a sabedoria que ecoarão por gerações. Há a promessa de renovação, do ciclo eterno de vida que, apesar da morte, alimenta a dança cósmica da existência.

Por certo Paulo Pestana, ao saber que Dona Morte pedia passagem, abriu-lhe a porta com serenidade e aceitação. Sinônimo de jornalismo, de integridade, de caráter, de amizade, cabe-nos hoje honrar sua partida, celebrando sua vida e aprendendo com seus ensinamentos. O momento é de encontrar conforto na certeza de que, embora a morte seja inevitável, o amor, o respeito e a memória são eternos.

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