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Os corruptos

Drácon e Pandora assustam de novo os políticos do DF

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Autor/Imagem:
Pretta Abreu

Cabeças premiadas nas urnas, que trocaram carreiras políticas promissoras pelo dinheiro fácil da corrupção, voltaram a caminhar mais uma vez em direção a seus verdugos. E desta vez com maior velocidade. A decisão da Justiça é para que diferentes ações não prescrevam. E os processos da Caixa de Pandora e da Operação Drácon, dois maiores escândalos políticos de Brasília, começaram a sair de velhas gavetas empoeiradas.

Em novembro a Pandora completa 10 anos. Pelo tempo decorrido e idade avançada dos principais envolvidos, a prescrição corre mais rápido e os suspeitos de usar dinheiro público em benefício próprio podem se livrar de punições mais severas, como, inclusive, a prisão, situação já vivida por alguns dos acusados. Para evitar que isso aconteça, o juiz Milton Mendes de Aragão Filho decidiu acelerar as oitivas.

A orientação é apressar novas audiências, ouvir acusação e defesa e dar um veredito antes que o caso prescreva e a Caixa de Pandora, para frustração da sociedade, seja fechada sem que seus principais culpados recebam a devida condenação.

Enquanto o juiz Milton Aragão corre com a Caixa de Pandora, seu colega Paulo Afonso Cavichioli Carmona também apressa a Operação Drácon, que envolve detentores de mandatos e ex-deputados. É o caso de Celina Leão (PP) e Julio Cesar (PRP), hoje deputados federais, e os ex-distritais Cristiano Araújo e Bispo Renato. Um quinto envolvido nas denúncias, o também ex-deputado Raimundo Ribeiro, conseguiu o trancamento da ação. Cavichioli, porém, quer retomar tudo da estaca zero.

A Caixa de Pandora, aberta em 2009, provocou a renúncia do então governador José Roberto Arruda. Logo em seguida, seu vice, Paulo Octavio, também entregou as chaves do Buriti. Feita uma votação indireta na Câmara Legislativa, Rogério Rosso foi eleito para um mandato-tampão. Assessores de Arruda sustentam até hoje que ele foi vítima de uma armação capitaneada pelo PT. Explica-se: ‘dono’ de três mil obras, José Roberto Arruda seria o vice de Geraldo Alckmin em 2010, contra Dilma Rousseff, o que faria a chapa praticamente imbatível.

Já na Operação Drácon, as acusações são de que os deputados distritais aprovaram emendas multi-milionárias para setores da saúde, recebendo ‘por fora’ uma parte. O caso provocou a destituição de Celina Leão da presidência da Câmara Legislativa e de toda a Mesa Diretora. Como o caso é mais recente (os atos teriam ocorrido em 2017) Cavichioli quer evitar que a suposta corrupção caia no esquecimento e ganhe o cainho do arquivo.

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