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Revolta dos distritais

É guerra. Rollemberg baixa passagens ou vai pro pau

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Nair Assad

Os deputados distritais desistiram de tentar convencer o governador Rodrigo Rollemberg a revogar o aumento das passagens de ônibus e metrô. Nesta terça, 3, após mais uma reunião infrutífera – como na noite anterior, no Buriti, desta vez na residência oficial de Águas Claras – a Mesa Diretora da Câmara Legislativa auto-convocou os parlamentares para derrubarem o novo preço das tarifas por meio de Decreto Legislativo.

– Não tem como dialogar com esse governo. Mais uma vez mostramos a ele (Rollemberg) que esse reajuste é ilegal. Mas, infelizmente, ele está irredutível! Não quis atender aos apelos da Câmara e irá manter o aumento, desabafou um irritado Raimundo Ribeiro (PPS), 3º Secretário da Câmara, na saída da reunião.

Sempre em tom de inconformismo, Raimundo Ribeiro jogou pesado contra Rollemberg. Em vídeo que fez circular nas redes sociais, o deputado atribui ao governador a responsabilidade de um “reajuste imoral” e sustenta que os deputados não permitirão “que a população pague mais essa conta, que é de responsabilidade exclusiva do governo”.

Depois, em conversa com Notibras, Raimundo Ribeiro admitiu que não será surpresa se, no caso de a Câmara derrubar o aumento e o governo recorrer à Justiça, o usuário pregar a desobediência civil e usar os transportes coletivos pulando as catracas, ou seja, se negando a pagar as passagens. “A partir daí tudo pode acontecer. E as consequências serão pagas por Rollemberg”, enfatizou.

Coube a Joe Valle (PDT), presidente da Casa, anunciar a convocação extraordinária dos deputados distritais para 12 de janeiro (quinta-feira da próxima semana), quando deverá ser aprovado em plenário projeto que suspende o aumento. Ao contrário do que autoriza a legislação, os parlamentares não receberão salário extra pela convocação. Os deputados, no entanto, insistem que querem acordo com o Executivo para reduzir o percentual do reajuste.

A convocação para daqui a uma semana, justificou Joe, é em função da ausência de Brasília da maioria dos distritais. Até lá, segundo o presidente, um grupo de trabalho atuará no âmbito do Legislativo para discutir tecnicamente o problema. A idéia é ouvir os mais variados segmentos interessados, como representantes de usuários do transporte coletivo e também do setor produtivo.

Joe acrescentou que os deputados levaram ao governador a sugestão de que a Câmara Legislativa poderia abrir mão de cerca de 50 milhões do seu orçamento para ajudar a evitar o reajuste das passagens. O presidente revelou também que os deputados distritais irão analisar na convocação extraordinária, a atual política da gratuidade nas tarifas e outras medidas “para acabar com o insustentável déficit anual de 600 milhões de reais bancado pelo governo”.

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