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ECO, de Rodrigo Reis, consagra sons do meio ambiente

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Com apresentações nos dias 17 e 22 de outubro, às 20h, no Teatro Reynuncio Lima do Instituto de Artes (IA) da UNESP-SP, “ECO” do compositor Rodrigo Reis, utiliza elementos como galho de árvore, apitos ornitológicos e motosserra para fazer uma dura crítica às políticas ambientais vigentes e exaltar a natureza e a vida.

Na obra composta para ensemble, Rodrigo investe em recursos musicais e performáticos para expressar e dar visibilidade a determinados valores ético-estéticos pertinentes ao aforismo:

“Raízes, que espalhem e destruam o asfalto
Galhos, que cresçam e arrebentem os fios
Bichos, que voltem e livres tomem conta
Humanos, que definitivamente desapareçam”

A composição emprega uma linguagem musical contemporânea e se estrutura em quatro seções executadas em única sequência: 1 Raízes e Galhos, 2 Patas, 3 Asas, onde emprega os apitos ornitológicos e 4 O Fim do Homem, para voz e motosserra.

“A escolha dos apitos que emitem sons de pássaros e insetos, bem como seu arranjo, não acontece de modo casual. Se fundamentam nos comportamentos e funções ecossistêmicas da fauna presente no bioma neo-tropical e na paisagem sonora rural e serrana do sudoeste mineiro onde nasci”, conta Reis.

Inscrita como obra musical erudita contemporânea, ECO traz para a sala de concerto o ativismo ecológico. Seu caráter político pode ser traduzido como um manifesto do compositor voltado para valores e modos de existência Ecocentrados. “Coloco em questão o Antropocentrismo e os modelos patriarcais no contexto da modernidade racional-científica-industrial que inscreve seus valores hegemônicos em paradigmas hierárquicos e predatórios”, explica o músico.

Além de criticar as políticas ambientais representadas pela Bancada Ruralista, “ECO” se opõe às corporações e atividades exploratórias de mineradoras como a Samarco, que matou o Rio Doce; a Chevron, que quer explorar petróleo no Ártico; a Monsanto – comprada recentemente pela Bayer – que, além de patentear a vida produz um genocídio social lento com seus agroquímicos; e, sobretudo, a indústria pesqueira e da carne.

A obra é uma ode ao conceito de Ecosofia, proposto pelo filósofo francês Felix Guattari, apresentado em seu ensaio As Três Ecologias. “A Ecosofia inscreve a Vida em todas as suas formas e interações singulares, seja humana e inumana, como valor central e maior”, explica o compositor.

Sobre o compositor – Rodrigo Reis conclui sua graduação em Composição na Unesp com a apresentação da obra “ECO”.

SERVIÇO:
Apresentação da composição musical “ECO”
Concerto para ensemble, galho de árvore, voz e pios
Dias 17 e 22 de outubro (segunda e sábado), às 20h
Teatro Reynuncio Lima – Instituto de Artes da UNESP
Rua Bento Teobaldo Ferraz, 271 – Barra Funda – São Paulo
Estacionamento gratuito no local
Entrada franca
Duração: 30 minutos. Após as apresentações o compositor e os intérpretes participarão de um bate-papo com o público.
Classificação etária: 16 anos
Capacidade: 120 lugares

FICHA TÉCNICA:
Composição musical e direção artística Rodrigo Reis Rodrigues
Regência Lucas Albuquerque
Intérpretes do Laboratório de Criação, orientação Prof. Alexandre Lunsqui
Performances vocais do grupo de pesquisa e criação em Glossolalia Intensiva

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