No início do ano escrevi uma pequena crônica elegendo o Ornitorrinco como personagem central: “Cara Estranho!”. Pesquisando na internet hoje, encontrei o segundo personagem: “Cara Estanho...
Escrevo porque há tempestades que só se acalmam em papel, porque há mares dentro de mim que não sabem ser silêncio. Cada dia sem palavras é...
Sexta-feira, 19h A Voz do Brasil no rádio E eu aqui No consultório lotado A última da fila Nesta sala apertada Ó, céus. E agora? Haja...
Um gigante e um colibri, um leitor e uma menção Pra fazer feliz a quem se chama Muita alma pra falar é dar tempo pra sonhar...
Sou fragrância que nasce da terra molhada, quando o céu derrama segredos em forma de chuva. Sou acorde sutil entre nuvens e silêncio, gota que desliza...
Ela estava morrendo de fome. Pior, seus dois filhotes estavam morrendo de fome. Por isso, fez algo que geralmente evitava: aproximar-se do reduto dos homens. Não...
Visto-me de palavras. Manuseio as mais belas – as desmedidas. Para encompridar afetos. ( in Cantiga de inventar belezas) “ÁGUA, PEDRA, FLOR” é o novo livro...
Das voltas que o mundo dá Minha galera já foi: do cinema, do voluntariado, dos títulos por aí afora, e da poesia, é claro Esta última,...
“Ah! Os gatos são amigos fiéis…criaturas superiores e honestas: não suportam humanos.” 1 O salão central era um labirinto. Duas rampas sobrepostas impunham a subida. A...
Era hora do almoço na repartição. Embora a Esplanada dos Ministérios não oferecesse muitas opções de lazer durante a semana, Henrique preferia estar ao ar livre...
O quando, alguma noite de 1967 ou 1968. O onde, o cine Paissandu, no Flamengo, Rio de Janeiro. O quê, a exibição de um filme polonês,...
Poesia Soneto Elemental Sou fragrância que nasce da terra em flor, quando a chuva desliza em tom sereno. Sou a nota que vibra em pleno ardor,...
Retorno ao jardim. O balanço permanece lá, em frente ao grande lago. Esperando. Durante anos me perdi pelas estradas e desafios da vida adulta. Driblei saudades,...
Outro dia, conversando com um colega, ele me contou que alguém chorou com a minha partida. Que queria saber de mim, saber onde eu estava, se...
Laurindo, meu genro, mais do que genro, meu filho, pois nos sentimos assim como filho e mãe e não genro e sogra, sempre tem umas piadas...
Dedos bordavam emoções em filigrana, como quem costura o invisível com ternura. Cada verso era um fio de alma exposta, cada linha, um suspiro que não...
Reunião de família é coisa rara, mas, de vez em quando, acontece por aqui. Tirando Natal, apenas aniversário de vovó ou alguma tia graduada. De resto,...
Mãe, já faz um ano. Agora, recupero arquivos e telas. “Novo” trabalho. Pós-pandemia. O “novo” normal é de bites, algoritmos, rabiscos virtuais. Ciberespaço. Home office. Salvar...
Resistimos imutáveis ao tempo, ao vento, ao que nos desafia Tal qual o bambu, que enverga, mas não quebra Re(existimos)! Em nós no outro no que...
Ao perguntarmos quem é o ser que narra uma história escrita, a resposta óbvia é dizer que é um “eu” que o faz. No entanto, identificar...
Na canção Les Croquants, Georges Brassens menciona “la chair, la chair fraîche de Lisa”. Faço minhas as palavras dele, traduzindo-as, mudando apenas o nome da atleta:...
O entrevistado de hoje é o autor Antonio Gil Neto, paulista de Taiaçu, mas que construiu carreira profissional em São Paulo, onde trabalhou na educação pública,...
Em um canto da praia, sob a sombra generosa de um coqueiral, Bosco e Jair, dois amigos de longa data e vivências acumuladas, ajeitam-se ao redor...
Dedos bordavam versos com ternura, costurando emoções na madrugada. Cada linha era um traço de doçura, um fio da alma, em sombra desenhada. O olhar deixava...
Não foi num domingo, logo depois da missa, ou haveria mais gente indo pra casa, testemunhas do acontecido. Foi antes, em alguma hora profana. E talvez...
Minha filha Silmara Lúcia estava a namorar o Laurindo. Rapaz bonito, bom filho, ótimo amigo, excelente músico (toca na banda da igreja), companheiro de todas as...
O ano era 1945 e eles eram jovens. Na capital paulista, o objetivo era o rádio. Naquele fim de tarde, a pequena Nair se viu frente...
Ele era conhecido como “o doutor” pelos empregados. César Augusto não era médico e nem advogado, mas tinha a atitude e a pose de um Dalai...