Eles sabem o que fizeram

Alguém nos perguntou por que cortamos laços sem dizer nada. E a resposta foi simples: eles sabem o que fizeram. Não há necessidade de explicação quando o silêncio já diz tudo.

Chega um momento em que o desgaste é maior do que o diálogo, e o afastamento é a única forma de preservação. Antes do corte, houve tentativa. Antes do silêncio, houve conversa, entrega, paciência, amor. Mas a gente cansa e o cansaço ensina o que o amor insiste em ignorar.

Não é orgulho, é exaustão. Não é frieza, é limite. Aprendemos que quem realmente se importa sente a distância mesmo sem aviso. E quem finge não entender, no fundo, entende, mas prefere o conforto da própria negação.

Cortar laços não é querer o mal de ninguém. É escolher o próprio bem. É entender que o ciclo acabou, que insistir seria trair a si mesmo. É aquele tipo de decisão que não vem com raiva, mas com um tipo de paz que só quem já chorou demais conhece.

Eles sabem o que fizeram, sim. Sabem o que disseram, o que calaram, o que deixaram pesar sobre nós. E saber disso já basta. Não precisamos justificar a nossa ausência pra quem nunca respeitou a nossa presença.

No fim, descobrimos que não é o grito que encerra as histórias, é o silêncio. E esse silêncio, quando chega, é o som exato da nossa liberdade.