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Um caminhão de mudanças

Enfim o fim do amor, mas é melhor ficar junto

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@donairene13 - Foto Francisco Filipino

Terminar relacionamento dá uma preguiça danada. Não é nem só pela dor de cabeça emocional, é pela logística da coisa toda. A gente se acostuma com a pessoa, com o jeito dela deixar a toalha molhada na cama, o chinelo no meio do caminho, o “tô chegando” que significa “daqui a meia hora”.

É um conforto esquisito, mas é conforto. E convenhamos: começar tudo de novo dá um cansaço só de pensar. Ter que contar de novo qual é o seu prato preferido, fingir surpresa quando ele disser que também ama pizza, e sorrir educadamente quando ele disser que gosta de sertanejo. Tudo isso exige energia demais.

Além disso, tem a parte prática: desfazer a rotina é quase como desmontar um móvel sem manual. Quem vai ficar com os amigos em comum? E com o cachorro que já te reconhece como mãe? A cama de casal vira uma vastidão gelada, o sofá parece grande demais e até o “boa-noite” no celular faz falta, mesmo que fosse respondido só com um emoji preguiçoso. Dá vontade de deixar as coisas como estão, só pra não ter que reorganizar a vida.

No fim das contas, a gente percebe que o amor até pode acabar, mas a preguiça é eterna. Talvez por isso tanta gente continue junto: não é falta de amor, é cansaço. É o famoso “deixa pra lá, tá bom assim mesmo”. Porque, no fundo, terminar dá trabalho demais, e ninguém quer começar o dia com essa dor de cabeça. Melhor reclamar do outro no sofá do que ter que conhecer alguém novo na fila do supermercado.

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