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Triângulo das Bermudas

Entre mitos, enigmas e as verdades ocultas

Publicado

Autor/Imagem:
Paulus Bakokebas - Foto Editoria de Artes/IA

Poucos lugares no planeta exercem tamanho fascínio sobre a imaginação humana quanto o chamado Triângulo das Bermudas. Delimitado por três pontos imaginários — Miami (EUA), Porto Rico e a ilha de Bermudas — esse trecho do Oceano Atlântico tornou-se sinônimo de mistério, desaparecimentos inexplicáveis e teorias que transitam entre a ciência, o esoterismo e a ficção.

Mas afinal, o que há de mito e o que há de verdade nesse enigma marítimo que atravessa gerações?

A fama do Triângulo das Bermudas começou a se consolidar no século XX, especialmente após o desaparecimento do Voo 19, em 1945. Cinco aviões da Marinha dos Estados Unidos, em missão de treinamento, sumiram sem deixar vestígios. O episódio alimentou a ideia de que forças desconhecidas atuariam na região.

A partir daí, livros, reportagens sensacionalistas e documentários passaram a atribuir ao Triângulo uma lista crescente de eventos trágicos: navios fantasmas, bússolas enlouquecidas, comunicações interrompidas e até o “engolir” de embarcações inteiras pelo mar.

No campo do misticismo, o Triângulo das Bermudas ganhou contornos ainda mais profundos:

  • Portais dimensionais: há quem defenda que a região seria um ponto de transição entre dimensões, onde tempo e espaço se distorcem.

  • Atlântida: teorias associam o local à lendária cidade submersa, cujas tecnologias energéticas ainda estariam ativas sob o oceano.

  • Energia telúrica: correntes energéticas da Terra, semelhantes às chamadas “linhas ley”, cruzariam a área, interferindo em equipamentos e na percepção humana.

  • Atividade extraterrestre: relatos de luzes estranhas e desaparecimentos súbitos alimentam a crença em abduções ou bases submersas.

Essas narrativas, embora fascinantes, habitam um território simbólico: falam mais sobre os medos e anseios humanos do que sobre fatos comprovados.

Do ponto de vista científico, não há evidências de que o Triângulo das Bermudas seja mais perigoso do que qualquer outra região oceânica de tráfego intenso.

Alguns fatores, porém, ajudam a explicar muitos dos incidentes:

  • Condições climáticas extremas, com tempestades tropicais que se formam rapidamente.

  • Correntes marítimas poderosas, como a Corrente do Golfo, capazes de deslocar destroços e apagar rastros.

  • Erros humanos, comuns em uma época anterior aos modernos sistemas de navegação por satélite.

  • Anomalias magnéticas pontuais, que podem causar pequenas variações nas bússolas, embora nada fora do normal geológico.

Organizações marítimas internacionais e seguradoras não classificam a área como particularmente perigosa, e milhares de navios e aviões cruzam o suposto triângulo todos os anos sem qualquer incidente.

O Triângulo das Bermudas talvez não seja um portal cósmico nem o túmulo de civilizações perdidas, mas seu poder simbólico permanece intacto. Ele representa o eterno confronto entre o conhecido e o desconhecido, entre a necessidade humana de explicação e o encanto do mistério.

Em um mundo cada vez mais mapeado, monitorado e explicado por algoritmos, o Triângulo das Bermudas sobrevive como um lembrete poético: nem tudo precisa ser desvendado para continuar a nos fascinar.

Talvez o verdadeiro mistério não esteja nas águas do Atlântico, mas no olhar humano que insiste em buscar o inexplicável — como quem pressente que o mundo ainda guarda segredos, esperando ser contemplados.

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