Era uma vez

Era uma vez uma formiga chamada Lira, que vivia numa colina cheia de migalhas douradas. Todos os dias, ela carregava grãos pesados para o formigueiro, sonhando com um inverno quentinho. “Trabalho duro é o caminho da segurança”, dizia ela, orgulhosa.

Perto dali, numa folha de plátano, morava o gafanhoto Zefir. Ele passava as tardes cantando canções alegres ao sol, tocando sua harpa de folhas. “A vida é curta demais para carregar peso!”, exclamava, pulando de galho em galho.

O verão brilhou, as flores dançaram, e Zefir ria da formiga suada. “Venha cantar comigo, Lira! O inverno está longe!” Mas Lira balançava a cabeça: “O frio sempre chega, Zefir. Prepare-se.”

Quando o outono pintou as folhas de vermelho, Zefir ainda cantava, mas o vento começou a soprar gelado. As migalhas sumiram, as flores murcharam. O inverno bateu à porta com neve e fome.

Zefir, tremendo, bateu no formigueiro. “Lira, amiga, tenho fome… posso entrar?”

Lira abriu a portinha. “Entre, Zefir. Aqui há comida para todos que trabalham… e para quem aprende a lição.”

Zefir comeu, aquecido, mas envergonhado. “Eu só cantei… e agora vejo que a música precisa de pão.”

No dia seguinte, Zefir começou a carregar grãos com Lira. À noite, cantava para alegrar o formigueiro. A colina inteira ouvia: trabalho e alegria, juntas, fazem o inverno passar voando.

Moral: O equilíbrio entre trabalho e prazer constrói a verdadeira felicidade.