Bahia
Espaço Cultural promove aulas gratuitas de dança e incentiva jovens talentos
Publicado
em
As batidas do hip-hop e do funk ecoam forte nas ruas de Feira de Santana, no interior da Bahia. O Espaço Cultural Movimento da Rua, referência em formação artística comunitária, está promovendo aulas gratuitas de dança urbana em diversos bairros da cidade. A iniciativa, que integra o projeto “Corpo em Ritmo”, tem como objetivo democratizar o acesso à cultura e revelar novos talentos das comunidades periféricas.
Desde o início do mês, dezenas de jovens têm se reunido em praças, quadras e centros comunitários para aprender estilos como breakdance, hip-hop freestyle, popping e locking, sob a orientação de dançarinos profissionais e instrutores locais.
“Queremos mostrar que a dança é mais do que um movimento corporal — é uma forma de expressão, identidade e resistência social”, afirma Eduardo Brito, coordenador do Espaço Cultural Movimento da Rua.
“Muitos dos nossos alunos nunca tiveram contato com escolas de dança formais, e ver a transformação deles em poucas semanas é emocionante.”
As aulas são abertas a todas as idades e não exigem experiência prévia. Para muitos participantes, a oportunidade representa um novo começo e um caminho de inclusão.
A estudante Camila Rocha, de 17 anos, conta que descobriu na dança urbana uma forma de superar a timidez e se conectar com a comunidade:
“Eu sempre gostei de dançar, mas nunca tive condições de pagar uma aula. Aqui eu aprendi passos, conheci pessoas novas e comecei a acreditar mais em mim.”
O projeto também busca fortalecer o protagonismo juvenil e ocupar o espaço público de forma positiva, transformando ruas e praças em palcos de convivência e arte.
Segundo a professora e coreógrafa Larissa Moraes, a dança urbana tem papel essencial na formação de jovens das periferias:
“A rua sempre foi o berço dessa cultura. Quando a gente traz a dança para o bairro, ela se torna uma ferramenta poderosa de autoestima, disciplina e pertencimento.”
O projeto “Corpo em Ritmo” é fruto de uma parceria entre o Espaço Cultural Movimento da Rua, a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Feira de Santana e o Fundo de Cultura da Bahia.
A ação também conta com o apoio de artistas independentes, coletivos culturais e escolas públicas da região.
Com encontros realizados duas vezes por semana, o projeto já reuniu mais de 300 participantes e deve se estender até o final de dezembro, quando acontecerá uma mostra final de dança urbana no Centro de Artes da cidade, reunindo os alunos em uma grande apresentação aberta ao público.
Além de ensinar passos e coreografias, as aulas incluem roda de conversa sobre a história da cultura hip-hop, seus elementos (DJ, MC, grafite e dança) e sua importância como expressão de resistência das periferias urbanas.
“A gente não está apenas ensinando dança, mas transmitindo valores, identidade e memória cultural. A juventude baiana tem muito talento e precisa ser vista”, destaca Eduardo Brito.