Calor infernal
Espero que no céu o clima seja ameno
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Ontem foi mais um daqueles dias de calor absurdo em Brasília. O tipo de calor que parece sair do chão, do asfalto, das paredes, e até do pensamento. Nesses dias, a única coisa que eu quero é me esticar na cama e ligar o ar-condicionado ou o ventilador. Qualquer um serve, contanto que produza um ventinho que engane o corpo por alguns instantes. Ficar quieta, imóvel, ouvindo o zumbido do ventilador como se fosse uma trilha sonora de sobrevivência.
Acho que o calor mexe com o raciocínio da gente. O cérebro começa a derreter junto com a paciência. Talvez o meu juízo já estivesse meio cozido quando, de repente, comecei a pensar em coisas aleatórias. Aquelas viagens mentais que só o calor é capaz de provocar. E do nada me perguntei: será que no céu tem ar-condicionado?
Fiquei imaginando os anjos abanando as asas pra refrescar, uma brisa celestial soprando de leve. Se o céu é o paraíso, não deve faltar conforto térmico, né? E se não tiver ar-condicionado, que pelo menos tenha um ventilador daqueles potentes, com três velocidades e hélices azuis transparentes, igual aos da casa da minha avó?