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Estado Islâmico resiste a ofensiva do Ocidente e mostra força onde passa

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Os ataques aéreos americanos mataram 25 mil combatentes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, assim como incineraram milhões de dólares saqueados pelos militantes, segundo autoridades do Pentágono.

As forças iraquianas e curdas retomaram 40% do território do grupo militante no Iraque, segundo as autoridades, e as forças apoiadas pelo Ocidente tomaram uma quantidade considerável de território na Síria que estava sob controle do Estado Islâmico, ou EI.

Mas os sucessos obtidos no campo de batalha pelas forças apoiadas pelo Ocidente no coração do território do Estado Islâmico fez pouco para impedir a expansão dos militantes para a Europa, Norte da África e Afeganistão. Os ataques neste ano em Bruxelas, Istambul e outras cidades apenas reforçaram o senso de um grupo terrorista em marcha, e entre as autoridades americanas e especialistas militares há uma cautela renovada na previsão de progresso em um combate que, segundo eles, provavelmente prosseguirá por anos.

“Enquanto avançamos em nossos esforços para derrotar o Daesh nas linhas de frente”, disse o vice-secretário de Estado americano, Antony J. Blinken, para um comitê do Congresso na terça-feira, usando o nome em árabe do Estado Islâmico, “nós sabemos que para sermos plenamente eficazes, precisamos primeiro trabalhar para impedir a disseminação do extremismo violento, impedir o recrutamento, radicalização e mobilização de pessoas, especialmente jovens, para prática de atividades terroristas”.

Em vez de se engajarem com um pseudo-Estado no Oriente Médio cujos combatentes provaram ser suscetíveis ao poder aéreo americano, os Estados Unidos e seus aliados europeus devem agora se engajar na luta bem mais complexa contra os militantes domésticos, que precisam de relativamente menos recursos para semear derramamento de sangue no Ocidente.

“Derrotar a presença militar formal de um grupo terrorista não reduzirá significativamente a ameaça de pequenas células independentes ou de lobos solitários baseados no Ocidente”, disse Jonathan Schanzer, um ex-analista de finanças do terrorismo do Departamento do Tesouro, que agora está na Fundação para a Defesa das Democracias, em Washington.

Os ataques no Ocidente são baratos de financiar. Schanzer estimou que o custo dos materiais usados no ataque a Bruxelas e para o laboratório necessário para produção dos explosivos, por exemplo, foi entre US$ 10 mil e US$ 15 mil (cerca de R$ 35 mil a R$ 52 mil). E, ele acrescentou: “É possível derrotar o EI nos territórios controlados pelo EI, mas não derrotar o EI em si. A ideologia do jihadismo continuará evoluindo e continuará existindo”.

Apesar de algumas autoridades terem buscado retratar os ataques recentes na Europa e Turquia como evidência de que o Estado Islâmico está cada vez mais desesperado, em consequência das derrotas no campo de batalha, um número maior de autoridades e especialistas vê a violência como outra indicação de que o Estado Islâmico não é um problema que será resolvido de forma rápida ou fácil.

Autoridades de ambos os lados do Atlântico reconhecem que o Estado Islâmico, que saqueou estimados US$ 1 bilhão de cofres bancários por toda a Síria e Iraque e é amplamente visto como um dos grupos militantes mais ricos de todos os tempos, continua sendo um adversário resistente e adaptável no campo de batalha, ainda capaz montar ações espetaculares, como a abdução de pelo menos 170 trabalhadores de uma fábrica de cimento próxima de Damasco, na semana passada.

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