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Aprendiz de feiticeiro

Ex-fritador de hambúrguer, 03 deve acabar com cara de pastel nos Estados Unidos

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Jr - Foto de Arquivo

Já se foi o tempo em que o Primeiro Mundo torcia o nariz ou virava a cara para o Brasil. Hoje, além de parceiros comerciais, a maioria dos países incluídos neste bloco, tem interesses econômicos por aqui. Por isso, faz pelo menos uma semana venho tentando encontrar uma única razão para justificar a possibilidade de o governo de Donald Trump sancionar o ministro do STF Alexandre de Moraes, como é do desejo da família Bolsonaro. Aproveito a oportunidade para indagar dos universitários qual a importância que um ex-presidente do tipo Jair Bolsonaro tem para os Estados Unidos?

Com algum esforço da mídia aliada aos reais liberados pelo Partido das Lágrimas (PL), a mesma que Neymar tem hoje para a Seleção Brasileira. É essa mídia que usa diariamente as nuvens das redes sociais para anunciar que o peso político de Eduardo Bolsonaro, ex-fritador de hambúrguer na terra de Tio Sam, transformará o xerife Xandão em persona no grata para os norte-americanos das costas Leste e Oeste. Peso político? Qual? Nem o povo das costas ocas sabe quem é o filho 03. Já ouviu falar, mas morre de rir quando ouve ele dizer que é amigo número 01 do 00. Na verdade, Eduardo 03 sabe que está chovendo no molhado, mas acredita que a palhaçada o cacifará para uma eventual candidatura em 2026

Coitado. O fato é que ele se imagina grande, mas pensa muito pequeno. Como o pior esperto é aquele que se acha mais esperto do que o esperto, Eduardinho está brincando com fogo. Nada de anormal para quem já se fantasiou às escondidas de embaixador do Brasil nos EUA. Não mereceu elogios sequer dos passarinhos que comem o resto da comida dos itamaratecas. Como péssimo brincalhão, ele só esqueceu que Alexandre de Moraes e seus pares são pessoas sérias e certamente não deixarão barato mais essa tentativa do clã Bolsonaro de achincalhar com a imagem brasileira no exterior.

O que Eduardo Bolsonaro, um arremedo de deputado, está fazendo nos Estados Unidos? Passeando, conspirando e gastando. Ou seja, nada de útil para o país que tanto diz amar. Aliás, repete o que faz no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo, estado pelo qual foi eleito. Fiquei surpreso ao saber que ele veraneava por Washington. Que Boston! Pensei que fosse Chicago. Tanto faz, porque importante é o povo tomar conhecimento de mais uma cagada internacional dos chamados “patriotas”.

Provavelmente um craque na fritura de hambúrgueres, Eduardo Bolsonaro ainda é aprendiz de feiticeiro na arte de fritar autoridades indesejáveis a qualquer manifestação de autoritarismo, à sede familiar de poder e, principalmente, à histeria patriótica de parlamentares que ainda não descobriram que foram eleitos para trabalhar pelo país e não para os Bolsonaro. Se achando mais poderoso do que a rainha da Vila Mimosa ou da Casa da Luz Vermelha, o deputado autoexilado (?) brincou com fogo e qualquer dia desse, no Brasil ou nos EUA, deve amanhecer todo mijado.

Desabilitado como estimulador de ingerência externa na política brasileira, Eduardo Bolsonaro no máximo acabará com cara de pastel de feira. Talvez ele consiga a chancela de alguém da Casa Branca para se exilar oficialmente nos Estados Unidos. Depois, é claro, de ser informado que o vermelho do Partido dos Trabalhadores também é a cor dos republicanos, partido de Trump. Como cobra não engole sapo barbudo, após a grotesca firula contra Xandão, sobrará para 03 a ira da maioria dos ministros do STF. Nesse caso, nem Milei salva a pátria bolsonarista. Só Maduro na causa. Quanto à Presidência, nem na próxima encarnação.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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