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Experiência ruim na cama não é o fim do mundo, porque quem cai, levanta

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Uma tentativa de sexo anal dolorosa, dificuldade de chegar ao orgasmo, brochar em uma noite de sexo casual ou ejacular rápido demais. Esses são exemplos de situações comuns – e chatas —, que podem acontecer com qualquer um que tenha vida sexual ativa. Se elas vão causar algum tipo de bloqueio em relações futuras vai depender de como cada um lida com experiências ruins na cama.

“Quem generaliza acha que todas as transas serão negativas por causa de uma. Tenso e ansioso, acaba travado, não conseguindo se envolver na relação para sentir prazer”, diz a sexóloga Walquíria Fernandes.

Para mulheres, o usual é travar diante de dores, seja na penetração vaginal ou anal. A razão é óbvia: ninguém gosta de sentir dor. Menos ainda em um momento que deveria ser prazeroso.

“Quanto mais a relação é sentida como agressiva e violenta, mais difícil será encará-la novamente”, fala a psicóloga Ana Canosa, especializada em terapia sexual pela Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana.

Já os homens que falharam na hora H se apavoram com a possibilidade de a cena se repetir. “Ele começa a observar se a ereção vai ocorrer, não ocorre e ele fica mais ansioso para as próximas relações. Esse ciclo vicioso pode tornar um caso isolado em disfunção erétil”, afirma Walquíria.

Muita sede ao pote – Muitas vezes, o problema começa na expectativa criada diante de uma nova experiência sexual.

Nas primeiras relações, as mulheres podem achar que o sexo terminará como nos filmes, dois corpos suados jogados na cama, imensamente satisfeitos. Porém apenas 22% delas conseguem chegar ao orgasmo sempre que têm relações sexuais, segundo pesquisa divulgada pelo Prosex (Programa de Estudos em Sexualidade) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em 2014.

Ana Canosa afirma que muitas das queixas sexuais ainda são fruto da desinformação, que leva a uma prática malsucedida.

“Quando alguém passa a pesquisar sobre como as práticas sexuais acontecem, quais os cuidados e o que pode ajudar a obter prazer, pode reconhecer o que provocou desconforto físico ou emocional”, declara a psicóloga.

Crenças e tabus desenvolvidos durante a vida também colaboram com as travas sexuais. “A feliz realidade da liberdade sexual feminina confrontou o poder masculino, porque o sexo era quando ele queria e acabava quando ele gozava. Mas essa mudança fez com que a insegurança de muitos homens viesse à tona”, declara o urologista e terapeuta sexual Amaury Mendes Jr., do Ambulatório de Sexologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Cair e levantar – Nem todas as experiências ruins podem ser evitadas, mas é possível se resguardar de algumas ao conhecer o próprio corpo e respeitar os desejos.

“Há mulheres que nem sabem do que gostam. O cara pede anal e ela aceita sem ponderar se quer ou está excitada o suficiente”, diz o urologista.

Para Ana Canosa, a relação sexual é reflexo da relação emocional de um casal, que, se não for de entrega, confiança e tiver tesão, dificilmente os motivará a ultrapassarem obstáculos.

“Também é comum que, quanto mais segura a pessoa se sinta e mais conheça seu corpo, mais ela se abra a experimentar práticas sexuais que antes não lhe pareciam corretas ou saudáveis, o que explica porque em determinadas fases da vida a gente se comporte de maneira diferente”, diz a psicóloga.

Desmistificar tabus do que é certo ou errado na cama também é fundamental para superar experiências ruins. Para o urologista, se a pessoa gosta de sadomasoquismo e encontra alguém que sente prazer da forma forma, não há problema algum em se entregar à prática.

E se nada der certo, tenha em mente que talvez o problema não seja você. “Já atendi mulheres com dor na relação que não conseguiam ser penetradas. Quando a relação acabou, elas conheceram um homem mais dedicado, que as deixavam mais excitadas, e o sexo acontecia sem problema algum”, diz Walquíria Fernandes.

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