Família brasileira verte lágrimas com os ataques insanos de Israel ao Irã

Esses dias têm sido especialmente pesados.

O conflito entre Israel e Irã, que a gente acompanha com tanta angústia pelos noticiários, não é uma história distante para mim. Ele tem rosto, tem nome, tem dor muito perto.

Uma amiga querida vive essa guerra de um jeito que a maioria de nós não consegue imaginar. O esposo dela é iraniano. Ele planejava, com esperança e saudade, uma viagem para visitar o pai, já idoso e gravemente doente. Era para ser uma despedida, talvez o último abraço. Mas o conflito interrompeu tudo. Agora, o espaço aéreo fechado transformou a distância em um abismo. A cada dia que passa, aumenta o medo de que o reencontro não aconteça.

A família, ainda em Teerã, vive a tensão diária — e o desejo de sair dali cresce, mas a saída também parece impossível. Cercados por incertezas, todos vivem à mercê de decisões políticas e militares que fogem completamente ao nosso controle. Ninguém sabe o que será do amanhã, ninguém sabe o que pode acontecer na próxima hora.

Diante disso tudo, eu só consigo orar. Peço a Deus por uma intervenção divina, por um gesto de misericórdia, por um caminho de paz. Peço por vidas preservadas, por reencontros possíveis, por portas que se abram onde hoje só existem muros.

Mas às vezes me pergunto: o que mais eu posso fazer?

Essa impotência dói. Essa espera dilacera.

A única certeza que tenho é que, ainda que o mundo pareça tomado por ódio e guerras, o amor insiste em existir — na esperança, na fé e na solidariedade que tentamos manter de pé, mesmo em meio às ruínas.