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Família de Patrícia Amieiro será indenizada em R$ 780 mil

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A família da engenheira Patrícia Amieiro, desaparecida desde julho de 2008 após sair de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul, em direção à Zona Oeste do Rio, conseguiu na Justiça que o estado pague uma indenização no valor de R$ 780 mil por danos morais. Quatro PMs são acusados pelo homicídio qualificado e vão a júri popular. De acordo com João Tancredo, advogado da família, o estado ainda pode recorrer.

Para a família, a decisão judicial já é um reconhecimento da culpa dos policiais militares, que teriam atirado contra o carro de Patrícia na saída de um túnel na Autoestrada Lagoa-Barra. “São mais de quatro anos pedindo que seja feita a justiça e isso prova que o juiz tem consciência. (A decisão de indenização) Mostrou que o estado está errado, que os policiais é que são os bandidos”, contou o pai, Antônio Celso Amieiro.

DEFESA CULPA A JOVEM

Segundo a defesa da família, o juiz Ricardo Coimbra Barcelos, da 10ª Vara da Fazenda Pública do Rio, determinou uma indenização de valor moderado, já que, na decisão, o magistrado teria considerado que a atitude de Patrícia na ocasião teria contribuido de alguma forma para o crime. O fato de a engenheira ter supostamente furado uma blitz da PM minutos antes teria sido considerado como um fator relevante no resultado da ação.

“Isso é um absurdo. Essa decisão acaba por prestigiar o comportamento da polícia de sair atirando em qualquer carro que fure uma blitz. Estava escuro, ela pode ter se confundido e, além do mais, existem blitze falsas organizadas por criminosos”, argumentou José Tancredo.

Ainda de acordo com a defesa da família, a indenização contempla cinco parentes. O pai e a mãe ficariam com R$ 250 mil cada um, visto que o dano para eles é presumido no processo de danos morais. Os dois irmãos serão ressarcidos com R$ 100 mil cada e um avô da vítima ganharia R$ 80 mil. Tancredo afirmou que o forte vínculo dos irmãos e avô com Patrícia foi provado a partir de fotos e registros e, por isso, houve a partilha da indenização.

JÚRI POPULAR

O caso Patrícia Amieiro corre com dois processos judiciais. Um deles é o cívil, que trata da indenização da família, e o outro é o criminal, que busca julgar os culpados pelo desaparecimento da engenheira. Em ambos os processos, há possiblidade de recorrer das sentenças. Em âmbito criminal, o caso será levado a júri popular, ainda sem data marcada.

Segundo informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) desta quinta (21), os quatro policiais militares acusados – Marcos Paulo Nogueira Maranhão, Willian Luis do Nascimento, Fábio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos – respondem por homicídio qualificado. A assessoria de imprensa informou que eles não respondem mais por ocultação de cadáver. O Tribunal de Justiça também negou que Fábio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos respondam por fraude processual.

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