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A farsa da Lava Jato

Festa da cueca deixa Sérgio Moro com as calças nas mãos

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@donairene13 - Foto de Arquivo

Foi amplamente noticiado nesta semana que o ministro Dias Toffoli ordenou uma busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba, justamente aquela em que Sérgio Moro reinou por tantos anos como juiz, e onde boa parte da Operação Lava Jato foi conduzida. Até aí, eu já imaginava que alguma coisa viria à tona. Mas ontem soubemos que, entre os arquivos apreendidos pela Polícia Federal, havia um vídeo conhecido como “festa da cueca”.

Segundo as informações divulgadas, trata-se de uma gravação em que desembargadores do TRF-4 aparecem em um quarto de hotel, em Curitiba, com garotas de programa. A suspeita que agora o STF investiga é se esse vídeo foi usado para chantagear os próprios desembargadores. Chantagens que, ao que tudo indica, envolveriam principalmente decisões judiciais.

Se essa hipótese se confirmar, fica mais fácil compreender a velocidade quase sobrenatural com que saiu a decisão da segunda instância que condenou Lula. Um julgamento relâmpago, rápido o suficiente para tirá-lo das eleições e pavimentar o caminho para que o juiz responsável pela condenação fosse recompensado com o cargo de ministro da Justiça do principal adversário político de Lula. A história não apenas se explica: ela se encaixa.

A verdade é que há muito tempo sabemos que Moro não é exatamente o exemplo de correção que tentou vender ao país. Vale lembrar que, em junho de 2024, o Conselho Nacional de Justiça publicou um relatório apontando que Moro, quando ainda magistrado, teria atuado em parceria com Deltan Dallagnol e a juíza Gabriela Hardt para destinar R$ 2,5 bilhões à criação de uma entidade privada. Um esquema de proporções inéditas. Moro, como sempre, nega tudo.

Mas a cada nova revelação, a cada documento que aparece, fica mais evidente que a Lava Jato tinha muito menos de cruzada moral e muito mais de projeto político daqueles que se articulam nos bastidores, longe da luz do dia, e que custaram caro não apenas à democracia, mas à verdade dos fatos.

E agora, com a “festa da cueca” entrando na história, talvez finalmente estejamos começando a entender o tamanho real da farsa.

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